Representantes da reserva indígena de Avaí, a 363 quilômetros da capital de São Paulo, vão se reunir na semana que vem com o presidente da Funai em Brasília. Este foi o acordo que pôs fim ao seqüestro de três funcionários da entidade. Os funcionários foram feitos reféns na noite de terça-feira (23/05), porque os índios não concordam com a transferência da sede da Funai de Bauru para o litoral sul de São Paulo. Os reféns foram libertados na noite de quinta-feira.
O cenário nesta sexta-feira (23/05), na reserva Araribá, é bem diferente dos últimos dias. Os índios guardaram os arcos e flechas e foram para a lavoura, trabalhar na colheita de legumes. A situação está tranqüila, mas os índios ainda são contrários à transferência e continuam exigindo um indígena na coordenação no órgão.
- A luta continua. Nós não abrimos mão. Nós vamos conversar com o presidente da Funai - afirma o cacique Anildo Lulu Awaro Kadju.
Os últimos três dias foram de muita tensão na reserva. O protesto começou com o bloqueio da estrada que liga Bauru e Marília, uma das principais da região, na terça. Com a chegada da polícia, os índios desocuparam a pista e fizeram os funcionários da Funai reféns. Para terminar com o impasse, o delegado Antonio Vaz de Oliveira entregou um documento enviado pela Funai a um dos caciques. Nele o presidente da Fundação se comprometeu a receber, em Brasília, representantes da aldeia. O encontro foi marcado para quarta-feira, dia 28 de maio.
Depois de sair da aldeia, os funcionários da Funai fizeram exames de corpo de delito.
(O Globo, 23/05/2008)