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terremotos
2008-05-24

O número total de mortos no terremoto de 7,9 graus na escala Richter que atingiu a China há 12 dias pode passar de 80 mil pessoas, informou o premiê chinês, Wen Jiabao, neste sábado (24/05). Aproximadamente 45,5 milhões de chineses foram afetados pelo tremor, o mais devastador a atingir o país nas últimas décadas.

O governo confirmou até o momento 60.560 mortos, além de 26.221 desaparecidos. Segundo Wen, o número pode subir, embora ainda haja esperança de encontrar mais sobreviventes.

"As vítimas podem chegar a 70 mil, 80 mil, ou mais", disse o premiê à imprensa em Yingxiu.  
 
O número de feridos subiu hoje para 352.290, a maioria deles também na zona do epicentro, a cidade de Aba, no distrito de Wenchuan.

Segundo os dados do governo, as doações nacionais e internacionais destinadas a ajudar os desabrigados chegaram hoje a US$ 3,73 bilhões. Desse total, US$ 530 milhões já foram enviados às zonas devastadas.

Um alto número de réplicas continua a ocorrer na Província de Sichuan, com milhares delas desde 12 de maio e 178 acima dos 4 graus de magnitude.

Visita

Wen voltou hoje à área do epicentro, onde recebeu o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, em uma visita a Yingxiu, uma das áreas mais afetadas.

Ban, que viajou à China vindo de outra visita a áreas de desastre --as regiões devastadas pelo ciclone que atingiu Mianmar-- prometeu que a ONU irá ajudar na reconstrução, e diz que aguarda informações que serão fornecidas pela China para medir os danos e as necesidades.

"Se trabalharmos duro podemos superar isso", disse Ban, ao lado de Wen. "Nesses casos, o mundo todo fica ao seu lado e o apóia", acrescentou.

Cerca de 4.800 dos 18 mil habitantes de Yingxiu morreram e outras 4.000 estão desaparecidas. Grande parte das construções desabaram, e muitas ficaram danificadas.

Equipes de resgate trabalham para garantir tendas, alimentos e atendimento médico aos sobreviventes.

Segundo Wen, o governo necessita de 900 mil tendas, e os fabricantes precisam produzir cerca de 30 mil delas por dia.

Na cidade de Pengzhou, cartazes pedem que a população siga cuidados de higiene para evitar doenças.

O vice-governador de Sichuan, Li Chengyun, disse que a Província deve reconstruir as estradas e cidades em três anos.

Cerca de 9.000 feridos devem ser transportados para outras regiões, segundo Li.

Radiação

Enquanto isso, especialistas tentam identificar 15 fontes de radiação que teriam sido expostas pelo terremoto e estariam sob os escombros.

O Ministério de Proteção do Meio-Ambiente informou que equipes da Administração Nacional de Segurança Nuclear tenta conter as fontes de radiação.

Cerca de 50 fontes em potencial estariam sob os escombros, disse o vice-ministro do meio-ambiente, Wu Xiaoqing, nesta sexta-feira em Pequim. Enquanto 35 delas não representariam risco, outras 15 continuam inacessíveis e soterradas sob os escombros.

Segundo Wu, a radiação não está vazando, e todas as instalações nucleares são seguras.

Reconstrução

O governo chinês passa agora a se focar na reconstrução, e não mais no resgate de corpos.

"Anteriormente, nossa principal prioridade era a procura por corpos e a ajuda às pessoas atingidas. Agora, vamos começar a fazer planos para a reconstrução", afirmou ele.

O tremor destruiu mais de 15 milhões de casas, segundo Wen, que acrescentou que o governo lançou uma campanha urgente para construir abrigos temporários e escolas.

Cerca de 10 mil trabalhadores da saúde foram mobilizados para controlar epidemias.

"O segunda maior desafio que enfrentamos é o risco de doenças", disse o premiê.

(Folha online, com Associated Press, 24/05/2008) 


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