Depois de 24 horas, cerca de cem integrantes dos movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA) e dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) - ligados à Via Campesina - deixaram na manhã de ontem (22) uma propriedade adquirida este mês pela Aracruz, em Canguçu.
O grupo havia invadido a área na manhã de quarta-feira, em protesto contra o plantio de eucaliptos no sul do Estado. A reintegração de posse, pedida pela Aracruz, foi ordenada pela Justiça na noite de quarta-feira. A retirada dos manifestantes pela Brigada Militar se iniciou perto das 7h, horário previsto pelo grupo para deixar o local e participar de um encontro em outra localidade do município.
Antes de sair, os manifestantes foram identificados por meio de computadores com acesso ao Programa Consultas Integradas - que possibilita a conferência da ficha policial da pessoa, através da conexão de informações entre os órgãos policiais. O trabalho durou cerca de três horas. Ao todo, 107 pessoas foram identificadas, segundo o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes. Os policiais produziram termo circunstanciado sobre o crime de invasão.
Manifestantes debateram sobre agronegócio na região
Na desocupação, foram apreendidas foices e facas. Participaram da operação 500 policiais de Pelotas, Camaquã, Rio Grande e Canguçu, além do Batalhão de Operações Especiais de Porto Alegre.
Os manifestantes seguiram para Colônia da Armada, a 20 quilômetros, onde discutiram o modelo do agronegócio na região, com participação de um representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os movimentos pretendiam produzir um documento a ser entregue para a Secretaria Estadual da Agricultura e para o governo federal.
(Zero Hora, Agência Chasque, Diário Popular, 23/05/2008)