Antes de lutar pela preservação da Floresta Amazônica, também é necessário pensar nos habitantes da região. O assunto foi mencionado pelo senador Geraldo Mesquita Junior (PMDB-AC) ao defender investimentos governamentais para ajudar os moradores da floresta, em especial os pequenos produtores locais, em discurso no Plenário nesta quarta-feira (21/05).
- Temos o dever moral de falar das pessoas que estão ali. Vamos cuidar das pessoas - pediu o senador.
O parlamentar citou a existência de grandes áreas desmatadas e que já foram utilizadas para pastagens, hoje abandonadas, que poderiam ser destinadas à produção de alimentos, por exemplo. Mesquita sugeriu a intervenção do governo para "promover a colocação de equipamentos e outros implementos que se prestam à produção de maneira geral" como forma de auxiliar essa parcela da população. Isso reverteria um quadro que o parlamentar considera calamitoso, pelo menos em seu estado:
- Hoje, 70% do que o acreano come vem de fora do Estado. É uma barbaridade, se choca com a política de garantia de produtividade. Isso é uma calamidade - disse.
Com o aproveitamento dessas áreas degradadas, avaliou, seria possível estancar o processo de desmatamento da floresta, dando ainda uma "perspectiva econômica e social a uma quantidade imensa de pessoas que tentam fazer aquilo que sabem e de gostam, que é produzir".
Em aparte, o senador Mozarildo Calvacanti (PTB-RR) disse que nem todos os moradores da Amazônia são "bandidos e grandes latifundiários", e muitos dos pequenos produtores que vivem na região ali foram colocados pelo governo federal, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em assentamentos, "e ficaram lá por gerações e gerações". Já o senador Augusto Botelho (PT-RR) afirmou que esses pequenos produtores "são os maiores conservadores da floresta".
(Por Elina Rodrigues Pozzebom, Agência Senado, 21/05/2008)