O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) está sintetizando os trabalhos de pesquisa no Continente Antártico, feitos em conjunto com outras cinco nações sul-americanas. A iniciativa visa unificar as ações para "entender melhor o que é a Antártica", segundo a coordenadora de Biodiversidade da Secretaria de Políticas e Programas de Desenvolvimento do ministério, Maria Cordélia Soares Machado.
Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional AM, ela disse que o Brasil está estimulando a "cooperação institucionalizada" sobre as pesquisas e o aparato logístico e administrativo utilizado na Antártica.
O Brasil, segundo a pesquisadora, se uniu à Argentina, ao Chile, ao Uruguai, ao Equador, ao Peru e à Venezuela para discutir pontos comuns do Tratado da Antártida, em vigor até 2048.
Segundo Cordélia, o Brasil tem interesse apenas em fazer pesquisas na região, mas reconhece que há países que têm objetivos territorialistas na região.
A Antártica é um continente politicamente neutro, e a ocupação hoje destina-se apenas para pesquisa, o que é regulado pelo Tratado da Antártica, assinado em 1959. O acordo instituiu o continente como uma área de proteção ambiental, que conta no momento com 50 estações científicas instaladas pelos países signatários.
Maria Cordélia Machado disse que a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Estação Antártica Comandante Ferraz, base de pesquisas do Brasil desde a década de 80, em fevereiro, foi "um marco importante" porque dá visibilidade ao programa brasileiro na região.
O governo brasileiro prevê investimentos de R$ 14,25 milhões na região até 2010.
(Por Lourenço Canuto,
Agência Brasil, 22/05/2008)