José Antônio Fialho Alonso, economista e pesquisador da Fundação de Economia e Estatística (FEE), fez considerações sobre a Visão da Economia em Porto Alegre, no segundo painel do fórum "Porto Alegre, Uma Visão de Futuro", nesta quarta-feira (21/05). Disse ser impossível pensar economia em Porto Alegre desvinculada da Região Metropolitana. “Verificamos que cada vez mais a economia da Capital tende a se expandir para fora”. Ele ressaltou que alguns dos motivos dessa migração são problemas viários e redes públicas. “Se esses setores não estiverem funcionando minimamente, a economia industrial não tem como crescer”.
Na sua opinião, se o Pólo Industrial, previsto para Porto Alegre, tivesse vingado, atualmente a cidade teria sérios problemas: "Quando se pensa em crescer, é necessário também planejar uma nova planta e buscar um local onde possa produzir competitividade. Empresas geram grandes movimentos viários, geração de matéria-prima que necessitam deslocamento e, conseqüentemente, congestionamentos”. Informou ainda que atualmente o Brasil perde R$ 33 bilhões/ano com custos relacionados a congestionamentos.
Porém, para Alonso, Porto Alegre, apesar de todas essas considerações, tem conduzido o destino de seu crescimento de forma melhor que a maioria das cidades brasileiras. “Mas não podemos esquecer que estamos num momento em que precisamos pensar de forma mais aprofundada essa questão, pois uma cidade não pode perder sempre”.
Outra opinião de Alonso é a de que chegou a hora de se pensar em indústrias pouco consumidoras de espaço físico e que produzam material de baixo peso, privilegiando tecnologias limpas. “Essa é a tendência das grandes metrópoles para o futuro”.
Alonso defendeu ainda a necessidade de o Município considerar a associação com outras instâncias de governo, como o do Estado. “Precisamos resgatar a Metroplan que no passado teve papel importante no que diz respeito ao planejamento do crescimento econômico”.
(Por Regina Andrade, Ascom CMPA, 21/05/2008)