A redução dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas, que geram riscos à saúde da população, pode salvar 13 milhões de vidas por ano. Esse é o objetivo da Assembléia Mundial da Saúde, reunida em Genebra, na Suíça, que discutiu a realização de um programa global com esse propósito.
María Neira, diretora do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que é necessária uma atuação rápida para prevenir os efeitos nocivos sobre a saúde causados pela mudança de temperatura. “O aquecimento global não é um tema que afeta apenas os ursos polares e as geleiras, mas a todos nós. É tema atual”, declarou.
Alguns impactos já são observados pela população mundial: inundações; surgimento de doenças relacionadas à contaminação da água, como a cólera; secas que prejudicam as colheitas; surtos de mosquitos e aumento dos casos de dengue e malária; desnutrição; desabrigados, entre outros.
“Corremos o risco de enfrentarmos um retrocesso significativo em relação a todos os feitos conseguidos até hoje em matéria de saúde pública. Os sistemas de saúde de muitos países pobres estão ultrapassados. Com as conseqüências das mudanças climáticas, é possível que entrem em colapso”, alertou María.
A estratégia pensada para solucionar o problema envolve a participação tanto dos Ministérios da Saúde quanto dos Transportes, Energia, Agricultura, Meio Ambiente e Economia. A idéia é traçar um plano transversal. A diretora pretende focar, também, nos riscos ambientais, diretamente relacionados à poluição do ar, da água, dos alimentos, além da interação entre os humanos. “Nossa idéia é que os Ministérios da Saúde sejam convertidos em mobilizadores. Que eles sejam os pioneiros e os demais possam segui-los, mostrando que lutar para melhorar o Meio Ambiente é uma responsabilidade de todos”, completou a diretora.
(SRDZ, 23/05/2008)