O número de mortos no devastador terremoto de 12 de maio chegou nesta quinta-feira a 55.239 em Sichuan, epicentro do sismo de 8 graus de magnitude que devastou o sudoeste da China, informou a agência de notícias "Xinhua". Até quarta-feira, o número total de mortos nas seis províncias devastadas pelo tremor era de 51.151, dos quais mais de 50 mil em Sichuan. Além disso, outras 29.328 pessoas permanecem desaparecidas em todo o sudoeste, por isso o número de mortos pode superar os 80 mil, após 11 dias do terremoto.
O Conselho de Estado (Executivo) confirmou um total de 288.431 feridos até esta quinta-feira. Além disso, oito lagos formados após o tremor estão a ponto de transbordar, e há risco de uma "invasão" de roedores, o que pode gerar doenças na região mais devastada pelo terremoto. Dos 34 lagos que surgiram na província de Sichuan após o terremoto, formados por deslizamentos de terra que obstruíram os rios da região, oito já contêm mais de três milhões de metros cúbicos de água, cada um.
Este nível representa um alto risco de transbordamento devido à temporada de chuvas que se inicia no sudoeste da China, uma monção que há séculos gera inundações, ciclones e desmoronamentos nesta zona montanhosa, o que vai piorar ainda mais a situação dos milhões de desabrigados. Um destes lagos está a apenas 2,6 quilômetros do distrito de Beichuan, devastado pelo terremoto, e até 18 de maio tinha crescido até alcançar uma superfície de 150 mil metros quadrados.
Nessas regiões, as localidades de Xuanping e Zhangjiaba ficaram inundadas por estes lagos. Os serviços de vigilância geológica da zona estão controlando a evolução destes lagos, ao mesmo tempo em que retiram a população que vive em áreas próximas a eles. O Ministério da Agricultura informou que tinha tomado medidas para prevenir as infecções que poderiam surgir por causa da invasão de roedores aos campos de cultivo. Foram destinados US$ 774,3 bilhões à compra de pesticidas, que foram distribuídos nas áreas atingidas pelo terremoto.
(Efe, Estadão, 23/05/2008)