Uma equipe composta pela Polícia Civil (PC) de Içara, Sul do Estado, mineradora Rio Deserto e Polícia Militar (PM) realizou uma perícia, ontem, na Mina 101, localizada na comunidade rural de Santa Cruz. Na noite de terça-feira, um grupo de agricultores contrários à instalação da mina invadiu o local com cerca de 20 máquinas agrícolas, destruiu e ateou fogo nas construções de suporte.
O laudo pericial será anexado ao inquérito policial instaurado pelo delegado de Içara, Nivaldo Carvalho dos Reis. De acordo com a advogada da empresa, Simone Quadros Guidi, quatro pessoas foram identificadas, mas seus nomes serão mantidos em sigilo. Da mesma forma será o trâmite do inquérito policial, a fim de preservar as testemunhas.
- Para nós, está claro que foram integrantes do Movimento pela Vida. Vamos buscar provas e fazer valer a liminar judicial que os pune em caso de atentados contra a empresa - afirmou ela.
O advogado dos agricultores, Walterney Angelo Réus, acredita que os autores da invasão não pertencem ao Movimento Pela Vida.
- O grupo é pacífico, legítimo. Para mim, há muitos fatos estranhos no que aconteceu. A mina, inclusive, pode ter todas as licenças, mas elas estão dentro da lei civil e não da lei da natureza - disse Réus.
Prejuízos podem chegar a R$ 300 mil
O gerente de montagem de mina na superfície, Jurandir Vieira, estima que os prejuízos sejam de R$ 300 mil. Ainda ontem os funcionários deram início à reconstrução de um galpão, uma casa e uma guarita.
Conforme relato à PM, dois vigilantes da empresa foram rendidos às 18h30min de terça-feira por 50 agricultores, parte deles encapuzados. Portando tochas, pedras e marretas, eles intimidavam qualquer reação. Os acessos à mina foram obstruídos com toras e pedaços de árvores, o que dificultou o trabalho do Corpo de Bombeiros e da PM.
(Por Ana Paula Cardoso, Diário Catarinense, 22/05/2008)