O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, esteve na quarta-feira na Câmara dos Deputados a convite de três comissões - da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – para explicar como será seu plano de ação frente ao PAS. A idéia era que fosse realizada uma audiência pública sobre o assunto, mas o que ocorreu foi apenas um discurso de Unger, que saiu antes de responder as perguntas dos deputados.
A desculpa de que a saída antecipada ocorreu porque o ministro tinha outro compromisso no mesmo horário irritou alguns parlamentares, que consideraram tal atitude um desrespeito e chegaram a dizer que a audiência pública não foi válida. Unger pediu desculpas e se dispôs a retornar à Câmara para discutir o assunto.
No breve tempo que permaneceu na Câmara, Mangabeira Unger voltou a repetir as propostas já anunciadas informalmente nos dias anteriores, como a realização de ações de desenvolvimento sustentável da região, o fortalecimento de órgãos federais e estaduais responsáveis pela regularização fundiária, como o Incra, a revisão de normas jurídicas, com a inclusão de instrumentos como a regularização com dispensa de licitação, a vinculação da floresta com a indústria na Amazônia, com incentivos fiscais para a instalação de indústrias, e a melhoria do sistema de transportes na região.
A melhor síntese sobre a exposição de Unger quem fez foi o deputado Sarney Filho (PV-MA). “É um novo olhar, mas com velhas idéias”. Na opinião de Sarney, o ministro de Assuntos Estratégicos traz a visão do governo de que a Amazônia não é um lugar a ser preservado, mas sim um lugar a ser explorado cuidadosamente. “Com a urgência das mudanças climáticas, o governo não discute os serviços ambientais que são prestados pela floresta”, reclamou.
(O Eco, 22/05/2008)