Carvão ilegal circulava por rodovias até abastecer siderúrgicas com apoio de policiais.
Além de policiais, funcionário do ibama, carvoeiros e outros nove suspeitos foram presos.
Cinco agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) da delegacia de Paranaíba, em Mato Grosso do Sul, foram presos por envolvimento com uma quadrilha especializada em crimes ambientais e contrabando. Segundo a PRF, além dos policiais, foram presos um servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 12 produtores de carvão e outros nove envolvidos.
As prisões foram feitas durante a operação Diamante Negro , realizada nesta terça-feira (20) em conjunto pela Polícia Federal (PF) e PRF. Os detidos foram levados para a carceragem da Polícia Federal de Três Lagoas (MS).
Segundo a PRF, os policiais facilitavam a passagem de caminhões carregados com carvão mineral, resultado da extração ilegal de madeira nativa da região. O carvão abastecia siderúrgicas de Minas Gerais e São Paulo. Além do crime ambiental, os veículos circulavam com excesso de peso.
Segundo a assessoria de imprensa da PRF, os policiais que faziam parte do esquema serão indiciados por formação de quadrilha, corrupção passiva, facilitação de contrabando e descaminho, prevaricação, concussão e peculato. Outros oito policiais rodoviários também serão indiciados pelos mesmos crimes.
As investigações começaram há um ano, quando a corregedoria da PRF recebeu denúncias de que policiais estariam envolvidos em atos de corrupção. A investigação interna da Polícia Rodoviária Federal revelou que o esquema era muito maior e envolvia, além dos policiais rodoviários, outros servidores públicos federais e estaduais, além de empresários.
A partir dos indícios, a PRF acionou o Ministério Público Estadual e a Polícia Federal. O desdobramento da investigação conjunta é a Operação Diamante Negro, desencadeada nesta terça-feira.
(G1, 21/05/2008)