Apesar do grande potencial que tem para desenvolver a energia solar, o Brasil ainda utiliza muito pouco essa alternativa, por causa dos altos custos. Segundo o coordenador do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica, Hamilton Moss, enquanto o megawatt-hora da energia solar custa em torno de R$ 600, o megawatt-hora da Usina Hidrelétrica de Jirau foi leiloado ontem (19) por R$ 71,40. É muito difícil competir com fonte hidráulica disse.
Atualmente, são gerados 20 megawatts de potência em todo o país com energia solar. Para se ter uma idéia, só na Usina Hidrelétrica de Itaipu são gerados 14 mil megawatts.
Segundo Moss, que participa do Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, o país não pode deixar de investir em hidrelétricas, mas deve prestar atenção em nichos de mercado que podem ser beneficiados com a energia solar, como comunidades distantes do sistema interligado.
Moss defende que essas localidades recebam incentivos para a instalação de painéis para a geração de energia solar, mas alerta que isso deve estar conjugado com programas sociais. A energia é um vetor de desenvolvimento, mas ela sozinha não faz nada, disse.
A diretora do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Laura Porto, disse que o governo federal está estudando formas de incentivar a substituição de chuveiros elétricos por energia solar. Segundo ela, o foco será dado para a população de baixa renda, além dos setores de serviços e comércio. A idéia é contarmos com incentivos, com financiamentos especiais, disse.
De acordo com a diretora, o Ministério está ouvindo possíveis parceiros para o projeto, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal. Estamos estudando uma forma de incentivar o uso mais amplo dessa tecnologia, disse Laura Porto. Ela ressaltou também a necessidade de capacitar profissionais para atuarem no setor de energia solar.
(Agência Estado, Gazeta do Povo, 20/05/2008)