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tratamento de esgoto rio pardinho
2008-05-21

Santa Cruz despeja maior parte do esgoto produzido na cidade direto no rio sem oferecer o tratamento adequado

O Ministério Público de Santa Cruz deve receber na semana que vem um conjunto de propostas envolvendo a recuperação do Rio Pardinho. Elas foram apresentadas ontem (20) em mais uma reunião do grupo que trabalha pela preservação do manancial. Uma das principais medidas envolve o tratamento de esgoto.

A sugestão é aumentar a capacidade das redes coletoras em 25% ao ano. Isto faria com que dejetos produzidos nas áreas urbanas não fossem parar no leito do rio sem tratamento adequado. Para se ter idéia, Santa Cruz do Sul, a maior cidade da região tem apenas 26% dos resíduos coletados corretamente. A intenção é que, em três anos, esse volume chegue a 50%.

Nos demais municípios, onde o serviço ainda é precário, deveriam ser adotadas políticas públicas em torno da preservação. Sinimbu é um dos que foi citado como exemplo. Lá os canos saem das casas e desembocam diretamente no Pardinho.

O vice-presidente do Comitê Pardo, Dionei Delevati, salientou que esse é um dos principais temas a serem tratados junto ao MP na reunião da semana que vem. Ele e os demais integrantes do grupo estão confiantes de que o órgão vai apoiar a idéia. “São decisões importantes que devem ser colocadas em prática o quanto antes. Esperamos que a Promotoria entenda o que estamos propondo”, afirmou.

Poços
Outro tema debatido envolve a perfuração de poços artesianos nas áreas banhadas. Nesse caso a restrição seria para os locais onde existem redes convencionais. Na prática residências e prédios ficariam proibidos de terem seus próprios sistemas de abastecimento.

O gerenciamento da água e as campanhas de educação ambiental passariam a ser de responsabilidade das prefeituras. Essa é outra proposição que tem como objetivo evitar o aumento da degradação ambiental. Conforme Delevati, as deliberações apresentadas na última semana foram complementadas. “Agora o enfoque foram as cidades. Antes foi debatido o meio rural.”

Com isso a campanha em torno da preservação do Pardinho passará a contar com uma série de propostas que devem começar a ser implementadas dentro de pouco tempo. Uma delas prevê o reflorestamento das margens com mudas oferecidas pela Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan), a fim de compensar os danos ambientais causados na construção do Lago Dourado.

A previsão é de que sejam plantadas 82 mil mudas. Outra iniciativa com o mesmo objetivo é o Programa Estadual de Recuperação da Mata Ciliar, mantido pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) em parceria com prefeituras e empresas do ramo de energia elétrica. Ela também prevê a reposição de mudas nas áreas mais devastadas. Nos dois casos, as entidades envolvidas na recuperação do rio se comprometeram em elaborar projetos técnicos e operacionais.

O que está sendo feito 
Na reunião marcada para a próxima terça-feira os representantes do Comitê Pardo, Corsan, Emater, ONG Illea, Defap, Fepam e Unisc vão apresentar as medidas em torno da preservação do Rio Pardinho. A partir de então serão acertadas as formas de ação. Todas as sugestões foram baseadas em relatórios de atividades já desenvolvidas e levantamentos técnicos. Confira a seguir as principais sugestões já apresentadas:

•• Reflorestamento das margens
•• Reserva de 30 metros a partir do leito para implantação de lavouras
•• Orientações sobre manejo do solo
•• Educação ambiental nas escolas
•• Saneamento nas cidades e meio rural
•• Restrição aos poços artesianos nas áreas com redes convencionais
•• Planejamento e gerenciamento das águas
•• Coleta seletiva do lixo
•• Continuidade no recolhimento de embalagens de agrotóxicos
•• Criação de áreas verdes em torno das cidades
•• Monitoramento das matas por satélite para identificar derrubadas
•• Reunir prefeitos em torno da preservação com ações mais efetivas
 
(Por Dejair Machado, Gazeta do Sul, 21/05/2008)


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