Petrobras quer desenvolver combustíveis derivados do mineral. Depois de anos de tentativas, a Petrobras acaba de confirmar interesse no projeto de gaseificação de carvão, que inclui o desenvolvimento de combustíveis líquidos derivados do mineral.
Santa Catarina será um dos grandes beneficiados pelo novo processo, que será desenvolvido em Criciúma (SC), por iniciativa da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM). Um dos fatores cruciais para que a estatal finalmente se inclinasse em participar do desenvolvimento dessa tecnologia foi a alta do preço do petróleo, avalia o presidente da ABCM, Fernando Zancan.
Nas primeiras estimativas, o preço de venda final do gás resultante do novo processo poderá ficar entre US$ 6 e US$ 9 por milhão de BTUs (british thermal unit, medida de geração de calor). A Petrobras paga cerca de US$ 5,5 por milhão de BTUs pelo gás natural boliviano, incluído o transporte.
Fornecimento atual tem limitação físicaO preço final não costuma ser revelado, mas ainda passa pelas distribuidoras estaduais e fica acima desse valor. Além disso, o gás fornecido a esse valor tem limitação física - a Bolívia mal consegue manter a atual quantidade de suprimento.
- O Sul do Brasil não tem gás. Ou recebe a terceira planta de regaseificação (de gás natural liquefeito, importado e transportado em navios) que Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão brigando para fazer ou tem de buscar alternativas domésticas para ter segurança energética e por uma questão de preço, já que a projeção é de que o barril chegue a US$ 250 em 2010 - argumenta Zancan.
Além da transformação do carvão em gás, a entidade planeja desenvolver tecnologia que permite o uso do metano encontrado nas minas como combustível.
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Diário Catarinense, 20/05/2008)