Indígenas afirmam que bloqueio na MT-170 será reforçado na terça-feira.
Eles querem discutir a retirada das Centrais Hidrelétricas da cidade de Aripuanã.
A juíza plantonista Lidiane de Almeida Anastácio, da Comarca de Juína (MT), determinou na tarde desta segunda-feira (19), por meio de liminar, que os índios das etnias enawené-nawê, rikbaktsa, cinta larga, arara, mynky, irantxe, kayabí, apiaká e munduruku desinterditem a MT-170, que dá acesso ao município.
Foram notificados a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Governo de Mato Grosso. O Comando Geral da Polícia Militar de Juína deve cumprir a decisão em 48 horas.
Os indígenas contrataram advogados para contestar a liminar que determina a liberação da estrada.
Os índios bloqueiam a estrada desde as 7h30 de domingo (18), sobre a ponte do Rio Juruena. Os indígenas querem discutir a retirada das Centrais Hidrelétricas da cidade de Aripuanã, instalada no Rio Juruena.
Eles também cobram melhorias nas condições de saúde dos índios. Caso as reivindicações não sejam atendidas, os indígenas ameaçam atear fogo nas torres de energia que abastecem a região.
Mais índios vão chegar ao local até terça-feira para reforçar o bloqueio. Além de Juína, as cidades de Castanheira, Juruena, Colniza e Aripuanã também estão isoladas. Não há como chegar a essas cidades.
Segundo a Polícia Militar, que acompanha a movimentação dos índios, há uma fila de veículos nos dois sentidos da estrada. Muitos motoristas estão retornando para Juína. No bloqueio estão parados ônibus de passageiros, caminhões de mercadorias, caminhões boiadeiros e outros veículos.
A opção para os motoristas que tentam chegar a Juína é voltar para Brasnorte, localizada a 110 quilômetros do local do bloqueio.
Os índios afirmam que só vão liberar o tráfego na estrada depois de uma conversa com representantes da Funasa, de Brasília, Ministério Público Federal e prefeitos da região.
(G1, 19/05/2008)