Fepam encaminha dúvidas de moradores à autarquia municipal
Questionamentos de grupo contrário à represa não derrubou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Caxias do Sul - A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) não respondeu aos moradores da região do Arroio Marrecas os 17 questionamentos apresentados durante a audiência pública sobre a construção da barragem da área. Mas o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) não poderá desconsiderar as reivindicações da comunidade, que discorda do lugar escolhido para a represa.
Embora tenha autorizado a autarquia a seguir os estudos no local que ela defende ser o mais apropriado para o barramento, o órgão ambiental determinou que outra possibilidade seja estudada. A presidente da Fepam, Ana Pellini, salienta que a fundação não encontrou problema no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) encomendado pelo Samae, ao contrário do que apontavam os moradores de Vila Seca em uma análise paralela. Porém, Ana entende que a comunidade merece que sejam consideradas outras alternativas.
- Dificilmente o Samae apresentaria um lugar que não fosse o melhor. Mas, por outro lado, por que tem de ser onde ele escolheu? Se existem outras possibilidades, por que não estudá-las? - disse Ana.
O diretor-geral do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, explica que até junho (prazo estabelecido pela Fepam), deve responder todas as perguntas aos moradores. Ele destacou que o município estudou a construção da barragem em outro lugar.
- Em 2005, quando iniciamos os estudos do Marrecas, começamos também os do Arroio Piaí (no distrito de Santa Lúcia do Piaí), que continuam sendo feitos. E, neste momento, as condições técnicas apontam para Marrecas - ressaltou o diretor.
Caberlon acredita que, no futuro, uma barragem possa ser construída no Piaí.
- O Piaí está em um local que nos possibilitaria fazer até uma pequena central hidrelétrica (PCH). Ele poderia ser aproveitado para abastecimento de água e geração de energia. Mas isso ainda tem que ser estudado melhor - comentou.
Ana Pellini garantiu que todas as contestações e as alternativas apresentadas para ela serão discutidas antes da concessão da Licença de Instalação, que autoriza o início das obras no Marrecas.
Argumento
O Samae afirma que a barragem no Arroio Marrecas, no distrito de Vila Seca, garantirá o abastecimento da cidade por 15 a 20 anos.
(Pioneiro, 20/05/2008)