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cop/cdb
2008-05-20

Bonn sedia a 9ª Conferência das Partes (COP9) da Convenção sobre Biodiversidade da ONU, reunindo mais de 5 mil delegados de 190 países em debate sobre questões ambientais como mudanças climáticas e aquecimento global. Os especialistas das Nações Unidas afirmam em Bonn que o planeta está passando por uma fase de extinção de espécies não registrada desde o período em que dinossauros habitavam a Terra. Estima-se que, a cada hora, são extintas três espécies, a maioria delas em conseqüência de ações do homem, como superpopulação e excesso de poluentes.

Hoje, acredita-se que 40% do comércio internacional envolva processos e produtos biológicos: alimentos, medicamentos, nutrientes e energias renováveis, que simplesmente não existiriam mais sem a biodiversidade. Segundo os especialsitas, a perda de espécies vegetais poderá causar um catástrofe de longo prazo no abastecimento mundial de alimentos.

Extinção acelerada
"Estamos, no momento, num ritmo de extinção mil vezes mais acelerado do que o da extinção normal das espécies, somente graças à ação do homem", observa o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, em entrevista à Deutsche Welle. Ou seja, o homem está gastando seu "capital natural" de forma descontrolada: rios são desviados de seus cursos em função de estratégias de povoamento e florestas estão se transformando em estepes. A proposta da conferência da ONU, que começa nesta segunda-feira (19/05), é descobrir formas de pelo menos frear a destruição da natureza.

Divisão de benefícios
O objetivo se assemelha à meta que havia sido estabelecida no acordo assinado na ECO de 1992, realizada no Rio de Janeiro, prevendo uma redução drástica da extinção de espécies até o ano de 2010. Hoje, passados 16 anos, os objetivos ainda estão longe de serem alcançados. "Ou vamos chegar a resultados concretos e práticos e, com isso, aos primeiros sucessos, ou vamos fracassar. Aí então a comunidade internacional terá que se perguntar o porquê, afinal, desse tipo de convenção", alerta Gabriel.

O ministro defende, acima de tudo, progressos em relação à divisão de benefícios (benefit sharing): países emergentes ou em desenvolvimento reivindicam que, como recompensa ao uso de seus recursos naturais, os países desenvolvidos participem adequadamente da fabricação de medicamentos, por exemplo.

Próximas gerações
Para o ministro alemão, está mais que na hora de "avaliar o que isso vai custar aos nossos filhos e netos, se continuarmos agindo assim. Precisamos de um grêmio internacional que analise e avalie constantemente o desenvolvimento da diversidade de espécies", diz Gabriel. O ministro cita como exemplo positivo a conscientização a respeito da política climática, que hoje já faz parte do debate público e político.

(Deutsche Welle, 19/05/2008)

 

 


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