Encravado entre montanhas e ladeado por 450 quilômetros de Litoral, Santa Catarina tem 9,5 mil quilômetros quadrados de território fértil para conflitos ambientais.Levantamento da Epagri mostra que as áreas ocupadas por unidades de conservação federal e estadual, reservas indígenas e quilombolas, além de regiões de preservação permanente (encostas e morros) e reserva legal totalizam 3 mil quilômetros quadrados, 31% do Estado. Agricultura e pecuária ocupam 40% do território, enquanto as zonas urbanas respondem por 10,5%.
O deputado federal Valdir Colatto vê com otimismo a escolha de Carlos Minc para substituir Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente. Minc deverá atuar em sintonia com o Planalto, que exige maior rapidez na concessão de licenças ambientais.
- A nossa esperança é que ele seja menos intransigente com as demandas catarinenses - diz Colatto.
Para o governo do Estado, a troca de comando pode reabrir o diálogo com a pasta. Polêmicas como a criação da Reserva de Fauna da Baía da Babitonga, no Norte, e a Reserva Extrativista, no Sul, devem ser motivo de futuras conversas com o novo ministro.
- Com a Marina a gente já não discutia, simplesmente levava as demandas para o ministro da Justiça, Tarso Genro, resolver - diz um interlocutor de Luiz Henrique.
Há duas semanas, a criação de reservas federais no Estado motivou reclamação de Luiz Henrique para a ministra Dilma Rousseff. O governador se queixou de ser surpreendido. Segundo ele, pescadores e agricultores estariam fazendo pressão para que o governo interviesse nos processos de criação de novas reservas federais no Estado. Dilma se comprometeu a consultar o governo estadual antes de futuras decisões ambientais.
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Diário Catarinense, 18/05/2008)