O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) afirmou que a demarcação de reservas indígenas em Roraima já envolve mais da metade das terras do Estado. O parlamentar responsabilizou organizações não-governamentais (ONGs) internacionais que, "sob o manto de proteção ambiental", defendem interesses internacionais nas riquezas minerais da Amazônia.
Mozarildo especificou os "Estados Unidos, mais Canadá, e mais Europa" que, segundo ele, querem controlar as riquezas do mundo. Ele também responsabilizou sucessivos governos brasileiros e o Conselho Indigenista Nacional, da Igreja Católica, pela execução dessa política.
- Basta ver onde tem o mapa de uma reserva indígena a coincidência com o mapa das riquezas minerais. Até na reserva ianomâmi demarcaram de um jeito e depois descobriram que tinha uma reserva de um mineral fora do que eles tinham demarcado e eles fizeram um biquinho para encaixar a reserva mineral - argumentou.
O senador por Roraima criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Tarso Genro, pelas recentes demarcações e medidas para protegê-las. Ele observou, entretanto, que sucessivos presidentes da República vêm demarcando terras indígenas no Brasil, o que fez com que, lembrou, 13% do território nacional já esteja demarcado como reserva indígena.
Depois de destacar que os índios são apenas 10% da população de Roraima, Mozarildo afirmou que 80% dos índios vivem em áreas urbanas, integrados com o resto da população mestiça e branca. Esses índios, segundo ele, são vereadores, prefeitos e funcionários públicos nessas cidades.
- Índios aldeados, mesmo, não chegam a ser 20% dessa população. As aldeias indígenas funcionam, para a maioria dos índios em Roraima, como espécie de sítios. Eles moram nas cidades e há as aldeias onde eles plantam e colhem os produtos que vendem depois nas cidades - relatou o parlamentar.
Mozarildo denunciou a exploração ilegal de diamantes nas reservas indígenas. Disse que isso ocorre em várias reservas, entre as quais, a Raposa Serra do Sol, em Roraima, e na Reserva Roosevelt, em Rondônia, onde há, segundo ele, a maior e melhor reserva de diamante do Brasil.
(Por Geraldo Sobreira, Agência Senado, 16/05/2008)