Um grupo interministerial instituído pela Casa Civil analisa a possibilidade de abrir para o setor privado a atividade de exploração de urânio no país, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício TolmasquimA possibilidade da quebra do monopólio na exploração de urânio – hoje restrita à empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia – foi mencionada nesta semana pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Segundo ele, a intenção do governo é abrir o setor para exploração da iniciativa privada, permitir a exportação do combustível e até, “em determinado momento”, o beneficiamento – desde que sob controle do Estado.
Ao comentar as declarações do ministro Lobão, Tolmasquim disse que o grupo interministerial está analisando toda a cadeia envolvendo a questão da energia nuclear, desde a produção do urânio e do seu enriquecimento até os diferentes usos, inclusive medicinais, uma vez que ele é importante em diversos tratamentos de saúde.
“Esta sendo elaborado um programa sobre a questão da regulação e uma das questões em discussão é realmente a possibilidade de se abrir ao capital privado a possibilidade de exploração. Mas é preciso que seja definido até que ponto uma ou outra atividade será de competência do governo ou da iniciativa privada”, disse à Agência Brasil.
O presidente da EPE, empresa encarregada pelo governo de pensar o planejamento energético do país, ressaltou, porém, que é cedo para se tirar alguma conclusão sobre o projeto e seus impactos para o setor. “A exploração é uma área que, sem dúvida alguma, poderá ser aberta ao setor privado, mas o processamento e o enriquecimento têm que ser olhados com mais cuidado".
Tolmasquim admitiu que a abertura ao setor privado da atividade de exploração poderá “sem dúvida” aumentar a quantidade de urânio produzida no país.
Em dezembro último, parlamentares defenderam a quebra do monopólio da extração de urânio no país.
(Agência Brasil,
Ambiente Brasil, 19/05/2008)