Efeitos incluem chuva ácida, mortandade de peixes e redução da camada de ozônio
Uso excessivo do elemento químico como fertilizante é principal raiz do problema.
Compostos de nitrogênio lançados no ambiente pela atividade humana causam poluição, estimulam o efeito estufa e ameaçam a biodiversidade, afirmam dois artigos publicados hoje na revista especializada "Science". O planeta tem um ciclo natural do nitrogênio, que é essencial para a vida na Terra, mas o ciclo artificial, alimentado principalmente pelo uso de fertilizantes e pela queima de combustíveis fósseis, provoca desequilíbrios perigosos, dizem os cientistas.
“Um átomo de nitrogênio pode causar diversos efeitos em cascata, como smog (neblina poluente), chuva ácida, mortandade de peixes, efeito estufa e redução da camada de ozônio, tudo em seqüência”, explica o principal autor do artigo que trata do impacto global do nitrogênio, James Galloway, da Universidade da Virgínia, nos EUA. “Essa combinação do nitrogênio reativo se acumulando no ambiente e tendo um efeito em cascata torna muito difícil administrar os efeitos.”
Galloway explica que o chamado “nitrogênio biologicamente reativo” é essencial para a produção de alimentos. Ao fabricar fertilizantes, a humanidade transforma o nitrogênio inerte do ar nessas formas reativas necessárias. “Mas, na produção de alimentos, muito se perde para o ambiente, porque a eficiência de pôr o nitrogênio na carne ou nos cereais é muito baixa.” Além disso, “é claro que a maior parte do nitrogênio que entra na boca humana também acaba no ambiente”. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
(
G1, 1705/2008)