O prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero, saiu por volta das 23h de quarta-feira (14/05) da Superintendência da PF em Brasília, onde estava preso desde o dia 6. Ele negou que escondia explosivos na Fazenda Depósito, de sua propriedade, e prometeu continuar com a resistência à retirada dos produtores de arroz da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no extremo norte do estado. De acordo com ele, a prisão foi injusta e teve motivação política.
"Se eu tinha bombas, não sabia", alegou o prefeito, que aproveitou para criticar o governo federal. "As únicas bombas que existem lá se chamam Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], Funai [Fundação Nacional do Índio] e Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]", provocou.
Quartiero também negou ter ordenado que seus funcionários atirassem em índios que entraram em sua fazenda no dia 5. "Não ordenei nada. Não houve ataque nenhum, mas um conflito que infelizmente deixou feridos", rebateu.
Segundo o prefeito, a resistência contra a retirada dos não-indígenas da Terra Indígena Raposa Serra do Sol vai continuar. Para ele, a manutenção dos produtores rurais na região é essencial para a manutenção da soberania brasileira na região. "Não vamos entregar Roraima nem deixar que entreguem a Amazônia", afirmou.
Por unanimidade, a 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, concedeu na quarta-feira liberdade provisória a Quartiero. Os desembargadores também negaram pedido de prisão preventiva contra mais nove pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal. O nome dos outros acusados não foi divulgado porque o processo corria em segredo de Justiça.
(Agência Brasil,
Adital, 15/05/2008)