Nesta tarde, o governo de Mato Grosso publicou uma nota oficial considerando “descabidas, inoportunas, extemporâneas e impróprias” as declarações do futuro ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, sobre Blairo Maggi, exibidas em rede nacional pela manhã. Minc sugeriu que, se pudesse, Maggi plantaria soja até nos Andes.
Na nota, o governador nega que seja o maior produtor de soja do mundo e que possua propriedade nos Andes. Ao contrário, afirma que suas fazendas produzem em respeito à legislação ambiental. Como não podia perder a oportunidade, aproveitou para reforçar que o Inpe divulgou dados errados sobre o desmatamento em Mato Grosso e que esta atitude foi inconseqüente. Diferentemente do que divulga o governo do estado, o Inpe avaliou os números fornecidos por Mato Grosso e considerou que, de todos os pontos de desmatamento originalmente identificados e questionados, houve devastação em 96% deles.
Como se em Mato Grosso vivessem os anjos da conservação, o governo estadual fala na “existência de uma ação coordenada contra o estado de Mato Grosso, alimentada por um preconceito contra o setor produtivo, que acaba sendo penalizado por ser o responsável pela produção dos alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros e de boa parte da população mundial”, afirmou. Em tempo: não é novidade que a soja produzida em Mato Grosso é exportada para virar ração de rebanhos estrangeiros. Não vira leitinho das crianças.
(O Eco, 15/05/2008)