Tipo de trabalho: Tese de Doutorado
Instituição: Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP)
Autor: Rogério Cerávolo Calia
Contato:
rccalia@yahoo.com.br Resumo:
A industrialização gerou riqueza, mas também gerou a poluição ambiental pondo em risco as condições de vida no planeta. A produção mais limpa é uma metodologia de gestão para a prevenção da poluição nas manufaturas. A fim de difundir essa metodologia, foram criadas redes inter-organizacionais em diversas regiões do mundo para promover e implementar a produção mais limpa. No entanto, a difusão da produção mais limpa se confronta com barreiras organizacionais persistentes na américa latina como a resistência à mudança, falta de liderança, falta de formação de competências práticas, falta de suporte interno, falta de priorização e falta do efeito multiplicador. Isso sugere que, atualmente, tais redes especializadas nos aspectos técnicos da gestão ambiental não devem estar suficientemente capacitadas na gestão das variáveis organizacionais para a difusão da produção mais limpa. Como um primeiro passo rumo à compreensão destas variáveis, essa tese analisa as redes internas, dentro de uma grande corporação multinacional norte americana. A implementação de uma estrutura matricial para a gestão de projetos pela metodologia seis sigma estimulou os fluxos de conhecimento dos relacionamentos pessoais nas redes internas para mobilizar e multiplicar os conhecimentos tácitos aptos a prevenir a poluição. Deste modo, o desempenho do programa de produção mais limpa corporativo mais do que dobrou mundialmente e viabilizou-se que a subsidiária brasileira participasse do programa com seus primeiros projetos. As técnicas estatísticas comprovaram que a capacidade organizacional para a gestão de projetos tem poder explicativo para o desempenho do programa de produção mais limpa. Por fim, a modelagem qualitativa descreve a integração entre a estrutura matricial oficial e as redes internas de relacionamentos pessoais e propõe um modelo organizacional, no qual o âmbito global da infra-estrutura e o âmbito local das redes auto-projetadas para a execução dos projetos são interligados por um terceiro âmbito representado pelos fluxos dinâmicos de conhecimento das redes internas.