(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
marina silva
2008-05-15
A saída da Ministra Marina Silva, depois de cinco anos de resistência brava e corajosa no Governo Lula, demonstra sapiência na estratégia política de sair fortalecida em seu compromisso com o meio ambiente, e um alerta ao governo Lula sobre a incoerência entre o discurso e a prática de ações transversais para a construção da sustentabilidade. E, mais ainda, como o governo pode se enfraquecer diante da comunidade internacional que financia projetos para contrapartidas de responsabilidade sócio-ambiental.

A falta de entendimento entre ministérios para prioridades da política econômico-social pode ser representada, por Dilma Russef, figura que mais tem sido destacada pelo presidente para lhe substituir. Ela é a dicotomia entre o discurso de sustentabilidade repetido, de forma vazia, pelo presidente Lula, nos palanques de campanha, e a luta, resistente, corajosa e humilde, na tentativa, fracassada, da Ministra Marina Silva, para a preservação da megabiodiversidade brasileira. E, a Amazônia, é apenas um destaque nessa riqueza. O pedido de demissão irrevogável de Marina Silva mostra o desperdício do esforço de uma ministra que tentou, e não conseguiu, colocar em pauta no governo Lula, as estruturas necessárias para não fazer do Brasil a Opep do biodiesel, ou um dos maiores emissores de gás efeito estufa em função de desmatamentos, ou estar no rol de países desenvolvidos sem entender a diferença entre ser superavitário na balança comercial, via exportação de grãos de monocultura, e a necessidade de matar a fome do povo, não através do Bolsa Família, mas com incentivos para a diversificação da agricultura, com reforma agrária que beneficie a agricultura familiar e não os grandes plantadores de soja, cana- de- açúcar e mega criadores de gado. Um pais que ainda tem investe na política de Saúde preventiva, e sim na liberação de recursos, via decretos, para tentar frear epidemias de dengue, febre-amarela, entre outras, decorrentes da falta de saneamento.

A saída da ministra Marina Silva, que é um exemplo de resistência de vida pessoal, ao ser alfabetizada, pelo Mobral, só aos 15 anos e rapidamente entender teorias acadêmicas revolucionárias na construção de novos paradigmas, com o da sustentabilidade cidadã. Ao lado de Chico Mendes, ela vivenciou, na prática, a luta de comunidades e populações tradicionais como índios, quilombolas, ribeirinhos ou pequenos agricultores.

O acerto e o ganho político que teve o presidente Lula, em seu primeiro mandato, ao convidar a então senadora Marina Silva – sempre muito bem votada nos pleitos parlamentares que concorreu - para ocupar uma pasta transversal, como a do meio ambiente, ele não terá, agora, com os nomes cogitados para ocupar o cargo, seja o do ex- governador do Acre, Jorge Viana, ou o do atual Secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc. Independentemente do domínio técnico-político de cada um, o desafio, agora será o desgaste que o governo sofrerá com uma saída tão estrategicamente pensada como foi a da ministra Marina Silva. Orgulhosamente ela pareceu não se incomodar em dizer “Eu mesma fui chamada, o tempo todo, a ministra dos bagres”. Já que o presidente Luis Inácio Lula, também Silva, como a ministra, parece ainda não entender o significado de pequenos gestos - como cuidar da preservação de bagres, ou não jogar, como ele o fez, papel de bombom no chão,- diante da complexidade caprichosa do Planeta Terra, do Universo.

(Por Liliana Peixinho, Portal do Meio Ambiente, 15/5/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -