O governo do Peru criou seu primeiro Ministério do Meio Ambiente às vésperas da 5ª Cúpula da América Latina, Caribe e União Européia, que deve se concentrar na questão da mudança climática. Uma pesquisa científica afirmou que o Peru, que sediará a reunião desta semana, é um dos três países que será mais afetado pelo aquecimento global.
O presidente Alan Garcia afirmou que o novo ministério deverá ajudar a proteger a parte peruana da floresta amazônica. Muitos peruanos acreditam que a criação do novo ministério já devia ter ocorrido há muito tempo. O Peru é o país que tem a maior faixa da floresta amazônica depois do Brasil. Uma área que, segundo Garcia, com a criação do ministério será preservada por seu importante papel no combate à mudança climática.
Além da faixa de floresta amazônica, o Peru também tem parte das montanhas dos Andes, local onde está localizado mais da metade das geleiras em zonas tropicais do mundo. Mas estima-se que, em 25 anos, estas geleiras terão desaparecido. As geleiras fornecem água para rios. Estes rios fornecem água para fazendas e pessoas que vivem na costa do Pacífico, região árida onde vive mais de 75% da população peruana.
Economia
O presidente peruano Alan Garcia afirmou que os líderes europeus e latino-americanos que se reúnem nesta semana deveriam promover o reflorestamento e o comércio de emissões de carbono entre os países para cortar as emissões de gases de efeito estufa. Garcia também pediu que os líderes mundiais criem um fundo global de reflorestamento financiado por impostos sobre combustíveis fósseis.
Mas, críticos afirmam que o novo Ministério do Meio Ambiente peruano foi criado às pressas, para ficar pronto a tempo da reunião de cúpula. E sua criação também é um dos requerimentos no acordo de comércio bilateral com os Estados Unidos. O Peru, um dos grandes exportadores de minério, teme que a existência de um Ministério do Meio Ambiente possa desacelerar alguns projetos do setor de mineração e desviar investimentos em suas grandes reservas de cobre, zinco e ouro.
Mas preservar o meio ambiente se transformou em uma questão econômica. Um recente estudo prevê que os países andinos poderão perder US$ 30 bilhões nos próximos 20 anos devido à mudança climática.
(Por Dan Collyns, BBC, 15/05/2008)