O secretário do meio ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, foi confirmado como ministro do Meio Ambiente no lugar de Marina Silva. Minc tem uma história no movimento ambientalista brasileiro, já foi secretário municipal do Meio Ambiente no Rio de Janeiro e é muito respeitado entre os ambientalistas do Sul/Sudeste.
Apesar de o presidente Lula ter dito que a política de meio ambiente de seu governo não vai mudar, está difícil neste momento entender o que isto quer dizer. O que não vai mudar é a política que vinha sendo desenvolvida pela ex-ministra Marina, de confrontação com madeireiros e exigência de medidas redução de impactos de grandes obras na Amazônia. Ou o que será mantido á a política de dar mensagens dúbias para a sociedade, como o presidente faz ao criticar o Ministério do Meio Ambiente e aproximar-se de grupos econômicos fortes e com interesses no desmatamento.
No mesmo dia em que Marina se demitiu o presidente baixou medida provisória autorizando a venda de terras pública na Amazônia para grileiros que já tenham desmatado parte da área. Quando o presidente fala que não haverá mudança na Política Ambiental é preciso saber de que política ambiental ele está falando. O Brasil está em um momento chave de sua história, pela primeira vez os insumos ambientais que o País tem estão valorizados no mercado internacional. Sem um eficiente zoneamento econômico/ecológico, que defina o que deve e pode ser produzido, e onde. Este zoneamento possibilitaria maior eficiência de produção e de logística na produção brasileira de biomassa.
Minc terá pela frente o desafio de manter as regras ambientais frente ao grande crescimento econômico do Brasil, sem ser, também, acusado de “atravancar o desenvolvimento”. Resta agora esperar o novo Ministro retornar da França, onde está em viagem oficial pelo Estado do Rio de Janeiro. O segundo escalão vai definir muito do que será este novo MMA.
(Por Adalberto Wodianer Marcondes, Envolverde, 14/05/2008)