Há dois anos buscando o proprietário do "piscinão da Ramiro" – obra inacabada que abriga um imenso reservatório de água na esquina da Ramiro Barcelos com a rua Cabral – o técnico da Vigilância Sanitária Luiz Fernando Dornelles comemora a entrega de uma notificação à empresa responsável. "Não autuamos antes pois não sabíamos quem era o dono do prédio. Agora sabemos".
O documento foi emitido pela Vigilância Sanitária ainda em janeiro. A cópia está arquivada no órgão público e mostra que a notificação de número 0545463/0001-73 está endereçada à empresa Sirca, mas o endereço de entrega é o da sede da TGD Soluções em Construção, na rua Cel. Lucas de Oliveira, em Porto Alegre.
Quem atende o telefone fornecido pela Vigilância é a secretária da TGD. A única informação obtida foi que a TGD é uma prestadora de serviços contratada pelo proprietário do prédio.
O CNPJ da Sirca Investimentos Imobiliários Ltda. está registrado na Rua Francisco Ferrer. Da mesma forma, o atendente de telefone registra outra empresa no local, dessa vez, uma assessoria em contabilidade.
O proprietário confirma que a Sirca divide o endereço com a sua empresa. "É que representamos a Sirca, criada apenas para administrar o prédio da Ramiro com a Cabral", diz, sem se identificar. Ele ainda completa dizendo que o empresário Eduardo Camargo, dono da Sirca, mora em São Paulo e Florianópolis e que quando vem a Porto Alegre – como fez dois meses atrás – "utiliza uma das duas salas daqui".
O representante da Sirca na Capital garante que não há mais brigas judiciais em relação ao terreno, mas não sabe se as indenizações foram pagas aos compradores de unidades no prédio. Quem adquiriu salas ou apartamentos, contesta. Caso de Luiz Spinelli, que continua aguardando a devolução do valor investido em uma loja térrea, onde instalaria o seu Mini-mercado.
Demolição foi confirmada
É o contador quem esclarece também qual o envolvimento da TGD com a Sirca. "São os construtores". E garante novamente que o prédio será demolido. "Em três meses eles vão iniciar a nova obra", revela. Depois da autuação da Vigilância Sanitária, o "piscinão" voltou a ser esvaziado. O mau tempo do início de maio não ajudou e o operário prevê o fim da drenagem para a segunda quinzena de maio. (NH)
(Por Naira Hoffmeister, JÁ Editores, 13/05/2008)