As iniciativas muito particulares do governo brasileiro no enfrentamento às mudanças climáticas suscitaram grande interesse durante a 4ª Conferência Global sobre Oceanos, Costas e Ilhas, realizada entre os dias 7 e 11 de abril em Hanói, no Vietnã. Realizada de dois em dois anos, a conferência é organizada pelo Fórum Global para os Oceanos, Costas e Ilhas que, formalizado em 2002, durante a Rio +10, em Johannesburgo, congrega governos, empresas, organizações internacionais e não-governamentais e instituições acadêmicas e científicas em torno de uma preocupação comum: a agenda global dos oceanos.
"Nessa edição, a conferência aliou a questão da qualidade dos oceanos ao fenômeno das alterações globais do clima - o que se adequa absolutamente à nossa Secretaria", diz Rudolf de Noronha, diretor do Departamento de Qualidade Ambiental na Indústria da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. "Sendo assim, mostramos como o governo brasileiro se preparou para enfrentar as mudanças climáticas, apresentando a reestruturação do MMA, que resultou na criação da Secretaria de Mudanças Climáticas, e explicando como se conjugam, aqui, as questões da qualidade ambiental dos oceanos com as das mudanças do clima", conta.
Segundo o diretor, foram apresentadas também iniciativas de adaptação a uma possível elevação do nível do mar no País, além do Macrodiagnóstico da Zona Costeira do Brasil - produzida pelo ministério -, que será lançado oficialmente na Semana do Meio Ambiente, em junho, em comemoração aos 20 anos do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. "Por tudo isso, foi uma apresentação de grande repercussão", diz Rudolf, reiterando o papel de destaque que o Brasil ganhou em meio às contribuições em geral teóricas dos outros países presentes. "Diante de nosso material muito concreto, de altíssima qualidade - que já tem dados, por exemplo, de áreas sensíveis a inundação na costa brasileira -, diversos países vieram conversar conosco para saber mais sobre as iniciativas que estão sendo tomadas".
Rudolf de Noronha relata também que, "do ponto de vista político, a conferência foi uma reunião extremamente prestigiada: além do Fórum Global dos Oceanos, estavam lá a presidente do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF); o presidente da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Unesco; e diretores do Pnud e do Pnuma, entre outros - sem falar no primeiro-ministro do Vietnã e em outras autoridades do país". Ao todo, de acordo com o diretor, estiveram presentes à abertura do evento representantes de cerca de 75 países.
(Por Grace Perpetuo, Carbono Brasil, 13/05/2008)