O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o presidente Luis Inácio Lula da Silva "lamenta" a saída da ministra Marina Silva do governo. Ela entregou a carta de demissão, em caráter irrevogável, segundo a assessoria, nesta terça-feira (13).
"O presidente Lula lamenta a perda [da Marina]. O sentimento é de lamento, até pela relação pessoal que ele registrou ter com a ministra Marina", disse Aécio após encontro com Lula no Palácio do Planalto.
"Ele comentou que estaria perdendo uma grande auxiliar. A ministra Marina, não apenas para o governo, mas para o país, é um símbolo da persistência, da luta ambiental, uma referência importante inclusive fora do Brasil," completou o governador.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, que esteve no Palácio do Planalto nesta terça para participar da assinatura de um termo de cooperação entre o ministério, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), disse que a ex-ministra é uma "referência no Brasil e no mundo" na causa ambiental.
"O presidente não comentou a saída. A Marina é uma referência no Brasil e no mundo da causa ambiental. Foi uma decisão unilateral e pessoal que deve ser respeitada", acredita Orlando Silva.
Reconsidere - A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), conversou nesta terça com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, e afirmou que não é definitiva a decisão da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) de deixar a pasta.
"O Múcio me disse que a carta dela foi entregue, mas que eles estão tentando fazer com que ela reconsidere a decisão. O presidente ainda não aceitou a renúncia", afirmou a senadora.
De acordo com Ideli, toda a bancada do PT foi pega de surpresa com a decisão da ministra, que voltará ao Senado. Ideli disse esperar que Marina recue e permaneça no cargo, onde está desde 2003.
Marina teria ligado apenas para os senadores Siba Machado (PT-AC) e Tião Viana (PT-AC) para comunicar a decisão. Ambos afirmam não saber o motivo e que conversarão com Marina ainda nesta terça-feira. "Ela me ligou, disse que chegou a hora dela sair do governo e ficamos de conversar depois", disse Viana.
O senador Sibá Machado (PT-AC) afirmou que sabia do pedido de demissão da ministra Marina Silva. Ele é suplente da ministra e ocupa o cargo desde 2003, quando ela foi escalada para a pasta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Suplente - Sibá afirmou que foi comunicado pela própria ministra por volta das 13h30 desta terça. Ele não quis revelar o motivo que teria levado Marina a sair do governo, ressaltou apenas ser um "motivo justo".
O senador perderá o mandato com a volta de Marina ao Congresso e diz pretender retomar seu mestrado em Desenvolvimento Sustentável na Universidade Federal do Acre.
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Ambiente Brasil, 13/05/2008)