A ministra Marina Silva entregou sua demissão no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 13 de maio, em caráter irrevogável. Sai do governo uma das mais importantes figuras do ambientalismo brasileiro e um dos mais competentes quadros do governo Lula. A ministra Marina teve diversos embates desde a primeira gestão do presidente Lula, perdeu a batalha dos trangênicos, estava ganhando a briga com as madeireiras e, principalmente, estava conseguindo fazer com que meio ambiente fosse uma transversalidade na gestão pública.
Os motivos da demissão não foram anunciados ainda, no entanto, a ministra já tinha dado sinais, na semana passada, de que algo não estava bem. Cancelou uma coletiva com jornalistas de todo o Brasil que foram a Brasília para conversar com ela e para participar da III Conferência Nacional do Meio Ambiente. Na quinta-feira, enquanto acontecia a Conferência, o presidente Lula anunciou um PAC para a Amazônia, o PAC Amazônia Sustentável.
Este pacote era a menina dos olhos de Marina, que fez quase todos os projetos em parceria com o Ministério da Integração Regional. Mas na última hora, nem Marina Silva, nem o ministro Geddel Quadros Vieira Lima, colheram os frutos do trabalho. Quem levou a fatia do leão foi o ministro Mangabeira Unger que ficou responsável pela gestão dos recursos.
Marina já estava bastante desgastada com decisões do governo que atropelaram o MMA. Sua saída é uma pesada perda para a política ambiental, que apesar dos percalços, avançou mais em sua gestão do que nos últimos 20 anos.
(Por Adalberto Wodianer Marcondes, Envolverde, 13/05/2008)