O crescimento de 9,8% na atividade industrial no Rio Grande do Sul, no primeiro semestre de 2008, é motivo de comemoração por parte de toda a sociedade rio-grandense. Em meio a esta notícia positiva, uma questão não pode deixar de ser analisada. Este incremento industrial demanda muita energia e, como não se pode deixar de produzir, é preciso ir atrás de mais energia. O consumo estimado deverá apresentar elevação de 3,9% ao ano até 2010.
A expectativa de crescimento continuado e de médio a longo prazo por parte do Estado deverá determinar a elaboração de plano estratégico embasado em elementos essenciais de infra-estrutura, que garantam esta expansão. A utilização coerente das formas de energia está embutida aí. Dentre as energias não renováveis, o Rio Grande do Sul é, juntamente com Santa Catarina, o maior produtor de carvão mineral do Brasil, com produção anual em torno de 3,4 milhões de toneladas. A utilização desta forma de energia tende a elevar-se no Estado, pelas reservas existentes, e importantes investimentos estão em andamento.
No momento, entre as alternativas de energia renovável no RS, a hídrica é a que oferece melhores condições de utilização, uma vez que a geração de energia eólica ainda é incipiente, mas de extrema relevância. É preciso que o governo do Estado olhe com atenção as possibilidades que surgem e que estão à disposição de investimentos relativamente baixos, como a utilização da força das águas derivadas das eclusas ao longo do Jacuí, por exemplo. Para tanto, não podem ser medidos esforços na busca de parcerias que facilitem este processo.
Recentemente, tivemos uma reunião com o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luiz Fernando Záchia, a fim de avaliar os projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) para geração de energia no Estado. Discutimos a instalação de unidades nas eclusas de Fandango, em Cachoeira do Sul, de Bom Retiro, naquele município, do Anel de Dom Marco, em Rio Pardo, e de Amarópolis, em General Câmara. Estes projetos vão ajudar a, futuramente, sanar um dos grandes problemas com o qual convivemos de forma permanente: o risco de apagão.
No entanto, para que o Estado possa preservar sua água e assegurar a saúde da população será preciso estabelecer um projeto competente. No caso das indústrias, que usam aproximadamente 20% de água potável disponível, será preciso, também, promover mudanças importantes, ainda que já existam regras bem detalhadas e muitas mostrem avanços consideráveis no trato com o meio ambiente. De outra parte, não se pode deixar de debater importantes formas de energia alternativa, como o biodiesel, a partir da soja e do girassol, e o etanol, decorrente do milho.
(Por Edson Brum, deputado estadual e líder partidário do PMDB na AL-RS, 13/05/2008)