Novamente deputados do Rio Grande do Sul tentarão sensibilizar o governo federal sobre a importância de implementar um marco regulatório para a energia eólica no Brasil. Está agendada para amanhã uma reunião de uma comitiva do Estado, que deverá contar com a presença do presidente da Assembléia Legislativa, Alceu Moreira (PMDB), e do deputado federal Henrique Fontana (PT), com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O evento também terá a presença dos três senadores gaúchos, Pedro Simon (PMDB), Paulo Paim (PT) e Sérgio Zambiasi (PTB). "O governo federal não pode virar as costas para um segmento que significa investimentos e uma geração de energia limpa", defende Alberto Oliveira (PMDB), outro deputado estadual que acompanha a questão de empreendimentos eólicos no Estado. Uma possibilidade para viabilizar os complexos eólicos é a realização de leilões de venda de energia voltados exclusivamente para essa fonte.
Oliveira lembra que o Rio Grande do Sul é um local que favorece a instalação dessas usinas. O Estado possui um dos mapas eólicos (mapeamento com o potencial de ventos para a geração de energia) mais completos do País. O deputado enfatiza que vários empreendedores têm interesse em investir no Rio Grande do Sul.
No início de fevereiro, o Grupo Fortuny apresentou o projeto de construção de três parques eólicos nos municípios de Jaguarão, Piratini e Santana do Livramento. O investimento estimado na iniciativa é de cerca de US$ 500 milhões na primeira fase, com a possibilidade de aporte de mais US$ 200 milhões ao longo de 20 anos, gerando três mil empregos entre diretos e indiretos.
Também a Ventos do Sul, responsável pelo parque eólico de Osório, que tem hoje capacidade para gerar até 150 MW, pretende investir no aumento da geração eólica no Estado. Entre os projetos da empresa está a duplicação do empreendimento em Osório e a instalação de uma usina eólica em Palmares do Sul.
Para essas ações saírem do papel é necessária a garantia de comercialização de energia. O presidente da Ventos do Sul, Telmo Magadan, argumenta que isso pode ocorrer com o leilão de fontes eólicas ou com a continuação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa). O Proinfa estabeleceu a Eletrobrás como compradora da energia produzida por alguns projetos de fontes alternativas. "É necessário que se tenha clareza nos regulamentos o mais rápido possível para não afastar os investidores do setor", diz Magadan.
(JC-RS, 14/05/2008)