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carroceiros
2008-05-13

A reboque dos cavalos, em Porto Alegre, além das carroças circula uma polêmica. Atiçada pelo projeto do vereador Sebastião Melo de proibir esse meio de transporte, a discussão coloca em jogo a lentidão que a tração animal representa para o trânsito, os direitos dos animais e o problema social que a eliminação das carroças poderia representar para milhares de famílias de baixa renda que hoje dependem delas.

A fim de lançar um olhar mais próximo sobre esse problema, Zero Hora convidou o colunista Paulo SantAna para tomar as rédeas e enfrentar o frenético ritmo urbano no trote de um cavalo. Durante quase uma hora, acompanhou seu percurso por ruas e avenidas por onde passa o polêmico destino dos carroceiros e seu tradicional meio de transporte.

Entre as 3,7 mil polêmicas carroças que circulam regularmente pelas ruas de Porto Alegre, uma delas recebeu um ocupante ilustre ontem (12) pela manhã.

Para melhor avaliar o impacto dos veículos de tração animal no trânsito da Capital, a convite de Zero Hora o colunista Paulo SantAna experimentou a rotina de um carroceiro. Em um trecho de aproximadamente 10 quilômetros percorridos em 43 minutos, enfrentou a tensa relação com os automóveis, ajudou a conduzir o veículo e carregou lixo destinado à reciclagem.

Sob um chapéu de palha emprestado para evitar que o reconhecimento popular comprometesse a circulação viária, tragando o costumeiro cigarro, às 8h o colunista subiu na carroça. Na companhia do proprietário, Teófilo Rodrigues Motta Júnior, 38 anos, ajeitou-se em uma estreita tábua de madeira fazendo às vezes de banco para deixar a Ilha Grande dos Marinheiros em direção à área central da Capital.

- Ele atende bem à rédea ? - questionou SantAna, apontando com um gesto de cabeça para o cavalo Pretinho.

- É uma criança - comparou Teófilo, como gosta de ser chamado.

- Então vamos embora - disse o colunista, tomando as rédeas e tocando adiante o animal.

O primeiro contato com o tráfego pesado ocorreu no momento de ingressar na BR-116. Somente quando o fluxo de carros e grandes caminhões deu uma brecha de alguns segundos o animal conseguiu tempo e coragem para entrar na rodovia. A partir daí, a cena mais comum foi a de automóveis evitando a faixa em que se encontrava a carroça tão logo era possível avistá-la.

Na Avenida Presidente Franklin Roosevelt - rota de carroceiros que vêm das ilhas - , pelo menos três automóveis fizeram manobras bruscas para sair da traseira do veículo e acelerar logo depois. Nas avenidas Benjamin Constant e Cristóvão Colombo, novamente a carroça afugentou os motoristas da faixa na qual ela se encontrava. Isso contribuiu para reduzir a velocidade média no trecho, embora não tenha provocado congestionamento.

Apesar do visível desagrado de alguns condutores, não houve buzinadas ou xingamentos direcionados à dupla. Antes de dar por encerrada a viagem, SantAna coletou sacos de lixo, restos de embalagem de papelão e ajudou a carregar a carroça.

O colunista avaliou a experiência:
- A carroça flutua no meio do trânsito, dá uma sensação grande de insegurança principalmente porque não tem retrovisor. Percebi também que os carros evitam a carroça desde uma grande distância, fogem dela pela baixa velocidade. O importante é que, se proibirem as carroças, que não deixem os carroceiros desamparados - concluiu o colunista e carroceiro improvisado.

(Por Marcelo Gonzatto, Zero Hora, 13/05/2008)


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