Os Emirados Árabes Unidos, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, vão gastar US$22 bilhões para erguer a primeira cidade do mundo que terá um índice zero de emissão de gases causadores do efeito estufa. Além de ser totalmente "verde", a nova cidade de Masdar abrigará também um instituto de pesquisas voltado para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia. Isso em um país que é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e que possui 10% de todas as reservas mundiais conhecidas.
Masdar será construída nos arredores da capital, Abu Dhabi, em uma área de sete quilômetros quadrados. A cidade ecologicamente correta terá uma capacidade para abrigar 50.000 habitantes, e será erguida a um custo de US$22 bilhões.
Eletricidade de fontes alternativas
A energia solar será responsável pelo abastecimento de 82% das necessidades de eletricidade de Masdar, por meio de painéis fotovoltaicos, concentradores solares e tubos de coleta de calor do sol - a chamada energia solar-termal.
Outros 17% da energia virão da queima do lixo orgânico, empregando uma tecnologia altamente eficiente que, segundo os projetistas, emite 10 vezes menos gases causadores do efeito estufa do que se o lixo fosse deixado para se decompor em um aterro sanitário. O restante 1% da eletricidade será gerado por turbinas eólicas.
Carros serão banidos
Para minimizar o consumo de energia, as casas foram projetadas de forma a ter menor demanda por eletricidade, principalmente para os sistemas de ar-condicionado e iluminação. Isso foi conseguido projetando-se ruas mais estreitas no sentido sudoeste-noroeste, o que ampliará as áreas sombreadas. Adicionalmente, os prédios terão torres de resfriamento que utilizarão o vento natural.
Como seria de se esperar, os carros com motores a combustão estão simplesmente banidos em Masdar. Serão permitidos apenas miniveículos elétricos e que somente poderão ter suas baterias recarregadas a partir da energia solar. O transporte coletivo será feito em veículos leves sobre trilhos, também elétricos.
(Inovação Tecnológica, 13/05/2008)