A administração da Estação Ecológica do Taim está satisfeita com a recuperação verificada na área de juncais do Banhado da Esec que foi consumida pelo fogo entre 28 de janeiro e 2 de fevereiro deste ano. Avaliação feita após 90 dias do incêndio que queimou 4.760 hectares da área de juncais mostrou uma recuperação superior à esperada. Conforme o formando em Biologia pela UCPel Antônio Campelo, que acompanha a situação das plantas macrófitas aquáticas, como o junco e o capim-navalha, a regeneração das plantas está acima do esperado. 'Já há plantas com mais de 1,20 m de altura', comemora. Com relação à fauna, foi possível verificar que, como a área do banhado é muito grande, as espécies, entre elas cisnes, ratão-do-banhado, capivara e jacaré-do-papo-amarelo, redistribuíram-se. Só os indivíduos jovens foram afetados.
A microfauna (insetos em geral), sem capacidade de grande deslocamento, foi a mais degradada pelo fogo constante. As demais espécies se espalharam pela estação e, aos poucos, retornam à área afetada. Algumas aves estão voltando e, conforme o biólogo, em no máximo um ano devem se fixar no local. Explicou que as plantas já apresentam altura; porém, a densidade ainda é insuficiente para abrigo e alimentação das espécies. Como a área queimada foi muito extensa, o acompanhamento é feito por parcela de 60 metros. O censo da fauna dá-se por observações. 'A recuperação está acima do esperado, pois dentro da metodologia há indicações de como deve evoluir a regeneração em determinado tempo, e a que verificamos está acima do previsto', disse Campelo.
(Por Carmem Ziebel, Correio do Povo, 11/05/2008)