Cerca de 200 índios, pertencentes a várias comunidades indígenas de Alagoas e Sergipe, ocuparam a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Maceió. No início desta tarde, eles decidiram manter a ocupação por tempo indeterminado, até que suas reivindicações sejam atendidas pela direção da Funasa, em Brasília. Além disso, escolheram os integrantes de uma comissão de cinco índios, que deverá embarcar para o Distrito Federal na próxima segunda-feira para negociar melhorias nas condições de saúde dos povos indígenas dos dois Estados. Enquanto isso, as comunidades indígenas deverão se revezar na ocupação da sede da Funasa.
Segundo Marcus Sabarú, da Tribo Tinqui-Botó, do município alagoano de Feira Grande, a situação nas comunidades é precária e precisa ser solucionada o quanto antes. "Nós iremos permanecer acampados na Funasa porque já estamos cansados de promessas. Enquanto os índios não tiverem seus direitos garantidos, ficaremos aqui. O que não vamos admitir é que nossas tribos continuem sem educação, sem construções, sem transporte e sem saúde", desabafou.
Ainda segundo Sabarú, as comunidades querem saber o que está sendo feito com as verbas federais. "Nunca tem dinheiro para comprar remédio, nem para outros serviços, como o pagamento dos motoristas, de quem dependemos para o deslocamento diário das tribos para os hospitais nas cidades", questionou. "Nossa dúvida é se a verba não está vindo, ou se está sendo desviada. Por isso iremos a Brasília para cobrar do governo os recursos destinados às comunidades indígenas", enfatizou.
(Agência Estado, 09/05/2008)