GAZA - A falta de combustível forçou a principal usina geradora de energia da Faixa de Gaza a ser desligada neste sábado (10), deixando grande parte do território controlado pelo Hamas sem energia elétrica, disse uma autoridade da usina.
"Nós estamos desligando pois estamos sem combustível... nós não podemos atender a demanda por eletricidade", afirmou a autoridade que preferiu não ser identificada.
Uma autoridade israelense afirmou que o abastecimento de combustível voltará ao normal no domingo, acrescentando que o abastecimento ficou comprometido nos últimos dias devido às celebrações do dia da independência de Israel e por contínuos ataques de morteiros de militantes nos pontos de fornecimento.
Gaza tem enfrentado falta de combustível nos últimos meses devido à restrição de abastecimento imposta por Israel. O combustível para a usina elétrica que provê eletricidade para 800 mil das 1,5 milhão de pessoas é financiado pela União Européia.
"Nós vamos voltar a abastecer amanhã, nós fazemos isso quase todo dia, mas houve uma parada devido ao feriado e por causa dos morteiros lançados nesta área", afirmou uma autoridade israelense.
Ele acrescentou que militantes atacam com morteiros os depósitos de Nahal Oz na fronteira com Israel "quase que diariamente".
Um porta-voz do escritório do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que o Hamas cortou a força da usina de forma deliberada para aumentar o sentimento anti-Israel na Faixa de Gaza.
"Não há razão lógica para o desligamento da usina, este é mais um exemplo do Hamas orquestrando uma crise artificial para suas próprias metas políticas, mostrando seu total desprezo pelo bem-estar do povo palestino", disse o porta-voz Davi Baker.
Israel cortou de forma mais acentuada o abastecimento de combustível depois de um ataque de militantes palestinos no depósito de Nahal Oz no último mês que matou dois civis israelenses.
Na sexta-feira, um morteiro disparado da Faixa de Gaza matou um civil israelense. Mais tarde, um ataque aéreo israelense matou cinco homens de segurança do Hamas em território controlado pelo grupo palestino.
(Por Nidal al-Mughrabi e Ori Lewis, Reuters/Estadão, 10/05/2008)