O México estuda se vai produzir álcool a partir da cana-de-açúcar, como faz o Brasil, do milho, como os Estados Unidos, ou se tomará uma terceira via, a base de algas.
"Em 2013 estaremos produzindo 250 milhões de galões de álcool a base de algas na planta que atualmente construímos em Puerto Libertad, em Sonora [noroeste do país]", disse Sergio Ramírez, porta-voz da Biofields, uma empresa que investirá nos próximos quatro anos US$ 850 milhões para produzir e vender biocombustível a partir de algas.
O anúncio foi feito por Alejandro González, diretor da empresa, durante o 1º Congresso Internacional de Biocombustíveis, em Guadalajara, um dia depois de o governo mexicano anunciar que o país entrará no mercado de álcool em 2010.
O mercado mexicano para o álcool, no entanto, não termina com os limites de sua fronteira. "Estamos a 300 quilômetros da fronteira com o maior mercado do mundo, que é a Califórnia", comemora Ramírez.
Quanto aos ataques de organismos internacionais, que defendem que os biocombustíveis ajudam a elevar a crise de alimentos no mundo, González afirmou que a tecnologia mexicana não compete com os alimentos. "Nossa estrutura de custos não é dependente de insumos agrícolas e, portanto, nossa tecnologia não compete com os alimentos", disse.
No congresso em Guadalajara, foram destacados os benefícios da indústria do álcool, que colocou o Brasil na vanguarda, com 32,6% da produção mundial de biocombustível, somente superado pelos Estados Unidos, com 45%.
Luthero Winter, gerente de comercialização da Petrobras, reconheceu que o uso do milho na fabricação de álcool pode "aumentar os preços dos alimentos", mas que o Brasil usa a cana-de-açúcar.
A posição brasileira é que a produção de biocombustíveis não exige a redução da área destinada à produção de alimentos para plantar cana. A Colômbia tem seguido o mesmo caminho e atualmente produz um milhão de litros diários de álcool de cana-de-açúcar.
(France Presse, Folha de S.Paulo, 09/05/2008)