O prefeito de Bagé, Luiz Mainardi, por meio de decreto assinado na sexta, formalizou a situação de emergência no município, motivada pela estiagem prolongada. Desde novembro do ano passado, o índice de chuvas registrado em Bagé acusa um déficit ao redor de 400 milímetros em relação à média histórica do período. A assinatura do ato foi decidida por unanimidade, em reunião realizada no quartel do Corpo de Bombeiros, com a participação do Conselho Municipal da Defesa Civil, Secretaria do Desenvolvimento Rural, Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb) e representantes da Emater.
A população urbana da cidade da Fronteira Sudoeste enfrenta o segundo racionamento de água em menos de um ano. Desde 27 de abril, o abastecimento é suspenso durante 12 horas por dia para cada um dos dois setores em que a cidade foi dividida. O primeiro racionamento aconteceu de dezembro de 2005 a julho de 2007. Com a decretação da situação de emergência, a prefeitura proíbe o uso de água tratada para qualquer finalidade que não seja o consumo e higiene humanos. Estão suspensas as lavagens de veículos e de calçadas, assim como irrigação de plantas, sob pena de pagamento de multas e aplicação de outras sanções aos infratores.
O decreto foi publicação no final da tarde. Segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, capitão Max Meinke, a medida não poderia mais ser protelada, já que os níveis das barragens estão muito baixos e as previsões meteorológicas sobre chuvas que possam reverter a situação não são alentadoras. A Barragem Sanga Rasa, que capta apenas água da chuva, está com o nível 8,7 metros abaixo do normal e foi momentaneamente desativada. A Barragem do Piray está com 4,85 metros abaixo e a Barragem Emergencial, 1,6 metro aquém da normalidade. Ambas são alimentadas por correntes de água do arroio Piray.
(Correio do Povo, Zero Hora, 10/05/2008)