Rio Grande e Arroio Grande poderão sediar a fábrica da Votorantim Celulose e Papel
aracruz/vcp/fibria
eucalipto no pampa
celulose e papel
2008-05-09
Pelotas - A Votorantim Celulose e Papel (VCP) anunciou hoje oficialmente, na Associação Comercial de Pelotas, os dois municípios que poderão receber a unidade de produção de celulose branqueada no Rio Grande do Sul. De acordo com os estudos de viabilidade técnica, encomendados à Pöyry Empreendimentos Industriais, Rio Grande e Arroio Grande apresentaram as melhores condições técnicas para sediar o empreendimento. O valor total do investimento, conhecido como Projeto Losango, está orçado em US$ 2 bilhões.
O anúncio prévio foi feito na noite da última quarta-feira (07/05) pela diretoria da empresa aos prefeitos dos seis municípios avaliados - Cerrito, Pedro Osório, Capão do Leão e Pelotas eram os outros candidatos ao investimento. A escolha deve beneficiar toda a região com a formação de mão-de-obra qualificada, geração de empregos diretos e indiretos e divisão do Valor Adicionado (VA), utilizado no cálculo do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Esses benefícios devem refletir em toda a área de atuação da VCP.
A previsão é de que o Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) será entregue ainda em 2008 à Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiental (Fepam).. A construção da fábrica deve ter início em 2009. Após a conclusão, a capacidade inicial de produção está prevista em 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano. O Estado foi escolhido pela qualidade da mão-de-obra e dos centros de pesquisa existentes, pela disponibilidade de áreas e pelo Porto de Rio Grande, que escoará a produção para Ásia, América do Norte e Europa. Estudos realizados pelo setor indicam que uma unidade desse porte pode gerar mais de 30 mil postos de trabalho em toda a cadeia produtiva envolvida.
Licença
A fábrica gaúcha e a outra planta da VCP que está sendo construída em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, serão as maiores do mundo com uma única linha de produção. Segundo o diretor de Engenharia da VCP, Carlos Monteiro, essas unidades industriais utilizam as melhores práticas ambientais e tecnologias disponíveis no mercado internacional e podem ser construídas em qualquer parte do planeta.
No mesmo momento em que anuncia os dois municípios que poderão receber o empreendimento, a VCP comemora a emissão da Licença Prévia emitida pela Fepam. O documento autoriza o cultivo de florestas em 110.000 hectares. A empresa já plantou 48.700 hectares e tem como meta para 2008 mais 20.000 hectares.
A base florestal que fornecerá a matéria-prima para a unidade gaúcha deverá ter uma área total de 280.000 hectares. Destes, 140.000 serão destinados para plantio e outros 140.000 para áreas de preservação e conservação de espécies nativas. Atualmente a empresa já possui 52.000 hectares de áreas preservadas. De acordo com o diretor-presidente da empresa, José Luciano Penido, "tão importante quanto às licenças produtivas e ambientais é a legitimidade social das operações da VCP na região".
Valor agregado
Estimulado pela VCP, em 2006, foi assinado um convênio inovador com o Governo do Estado para garantir a partilha do Valor Adicionado (VA) para o retorno do ICMS entre as localidades que poderão receber o empreendimento. Pelo acordo, o município sede do empreendimento ficará com 50% do retorno e os 50% restantes serão distribuídos entre as mais de 20 localidades da área de atuação da empresa.
Unidade de Três lagoas
Já está com 55% de seu projeto concluído. Atualmente 6.500 trabalhadores fazem parte da construção da nova planta. Cerca de 220 fornecedores, entre empresas locais e nacionais, de pequeno, médio e grande porte atuam nas obras. Estima-se que o empreendimento elevará em 300% o PIB do município e 13,5% o PIB do Estado de Mato Grosso do Sul. Empresas gaúchas atuam no projeto e responde por um investimento superior a R$ 80 milhões.
(Por Néia Oliveira, Comunicasul - Texto recebido por e-mail, 08/05/2008)