Pensando em uma modalidade sustentável de desenvolvimento para as áreas de vegetação ciliar, o deputado estadual pelo Mato Grosso José Domingos (DEM) encaminhou ao presidente do Incra, Rolf Hackbart em Brasília, uma indicação para a criação de um assentamento piloto agroecológico no município de Sorriso.

A escolha do município deve-se primeiramente por ser o celeiro de grãos do país e o município com o maior plantio de soja. Até pela expansão destas fronteiras agrícolas em toda a região norte mato-grossense fez com que o estado conseguisse se transformar em um grande pólo exportador de comodites contribuindo de forma significativa com a balança comercial do Brasil.

Todavia, o estado sofre com o desmatamento desordenado de sua vegetação causando problemas sócio-econômico, cultural e, principalmente, ambiental que colocam em questão as vantagens dos grandes empreendimentos agrícolas na região.

Para mudar esse quadro negativo surgem no país esses Projetos de Assentamento Agroecológicos que podem contribuir para a preservação de áreas comuns, visto que suas bases estão focadas na agricultura orgânica, no extrativismo sustentável e nas atividades socioculturais de apoio à educação ambiental e às tradições.

Segundo o parlamentar a idéia é fazer com as ações sejam demandadas e conduzidas pelos agricultores de forma que em um período definido seja possível a emancipação do projeto, sem que haja problemas de continuidade e que a metodologia apresentada permita sua implantação em outras áreas degradadas em Mato Grosso.

Outro ponto positivo da implantação deste projeto é que estudos de caso em outros estados brasileiros demonstram que, em relação aos sistemas tradicionais, manejos agroecológicos geram produção e renda superiores para as famílias produtoras, proporcionado aumento da renda familiar mensal em até cinco vezes que os manejos tradicionais.

Outro destaque é que ao contrário da agricultura convencional, que é especializada em poucos produtos, a produção familiar agroecológica deve-se basear na diversificação das fontes de renda. Para José Domingos um dos pontos mais significativos visto que as famílias produtoras conseguem aproveitar os momentos favoráveis dos mercados ou situações difíceis caso surjam.

No assentamento proposto ainda é possível o uso dos manejos dos recursos naturais locais e a produção própria de insumos proporcionando uma maior autonomia técnica e também econômica, diminuindo assim os custos de produção.

(Por Débora Lemos, AL-MT, 08/05/2008)