Os pesquisadores do Laboratório de Ciências Químicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) divulgaram hoje a conclusão de um sabonete com efeito repelente, produzido especialmente para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela. De acordo com os pesquisadores, o sabonete foi desenvolvido a partir de uma mistura de glicerina, obtida de óleo de cozinha reciclado, com essências naturais de plantas como cravo-da-índia, citronela e capim-limão. O efeito do sabonete tem duração, na pele, de até 6 horas.
Os processos para patentear o produto junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e para aprovação da formulação pela a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já foram iniciados. De acordo com coordenador da pesquisa e chefe do Setor de Síntese Orgânica do Laboratório de Ciências Químicas da Uenf, Edmílson José Maria, a criação do repelente em forma de sabão surgiu da idéia de disponibilizar um produto economicamente acessível às populações carentes, principalmente nas grandes cidades.
O professor ressaltou que essas populações estão mais expostas à transmissão de doenças nas grandes cidades. "Eles normalmente vivem em áreas nas quais os alagamentos são mais constantes e o saneamento básico é mais precário", justificou. Um lote de mil unidades do sabonete está sendo produzido pela Uenf com financiamento próprio. A produção será encaminhada aos poderes públicos para que seja distribuído à sociedade. Campos dos Goytacazes, onde se localiza o campus da Uenf, é a terceira cidade do Estado do Rio de Janeiro no ranking de casos de dengue registrados em 2008, ficando atrás apenas de Rio de Janeiro e Nova Iguaçu. As informações são da Agência Fundação Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).
(G1, 08/05/2008)