O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) defendeu-se, nesta quinta-feira (08/05), da acusação de apresentar proposta para reduzir "a zero" a floresta amazônica. Segundo afirmou, o sentido do PLS 110/05 está sendo desvirtuado pelas organizações ambientalistas e tendo uma cobertura "equivocada" da mídia.
De acordo com a imprensa, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Greenpeace e o Fórum de ONGs apelidaram o PLS 110/05 de "Floresta Zero", porque reduziria a área de reserva legal florestal da Amazônia para viabilizar o plantio de eucalipto e outras espécies.
No entanto, o parlamentar nega que sua proposta tenha a intenção de reduzir a área de reserva legal de 80% para 50%. O que o senador afirma é que, aprovado o projeto, a área de plantio continuaria em 20% de cada propriedade. Argumentou, porém, que, na faixa de reserva legal, a área já desmatada poderia ser replantada com plantas "exóticas", ou seja, não pertencentes à cobertura florestal original.
O senador também disse ter sido surpreendido por uma carta aberta assinada por entidades, movimentos sociais, pastorais, ONGs, cidadãos e cidadãs preocupados com alguns projetos em tramitação no Congresso Nacional, entre os quais o PLS 110/05, e que vincula o senador à bancada de parlamentares ruralistas do Pará.
- Eu tenho o maior respeito e admiração por todos os empresários do setor rural, mas não tenho nenhuma atividade rural - esclareceu.
Flexa Ribeiro informou ter participado, nesta quinta-feira (8), de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, reunida justamente para discutir seu projeto, já aprovado pelo Senado e que, naquela Casa, tramita na forma do PL 6.424/05.
Além de parlamentares de diversos partidos, o debate contou com a participação de juristas, autoridades ambientais, acadêmicos e ambientalistas, numa demonstração de que o assunto está sendo ampla e abertamente discutido.
- Há uma série de inverdades sendo alimentada e acho que isso é natural, porque há aqueles que são a favor e outros que são contrários - avaliou Flexa Ribeiro, apoiado, em aparte, pelo senador Mário Couto (PSDB-PA).
(Por Nelson Oliveira, Agência Senado, 08/05/2008)