ARENA, PDC e PCN aprovaram, no último dia 2, o uso e a entrada de sementes transgênicas no país. Com 49 votos, foi derrogado o artigo 30 da Lei de Sementes, que proíbe o uso, o comércio e a importação de transgênicos. A argumentação, dos parlamentares de direita, se baseou na necessidade de aumentar a capacidade produtiva dos pequenos agricultores. Acrescentaram que a iniciativa constitui uma medida de 'emergência', para que o agro salvadorenho faça frente à crise alimentar que afeta o país.
Vicente Menjívar do ARENA disse que ao pedir a derrogatória do artigo 30, da Lei de Sementes, pretendem dotar os camponeses de materiais que tenham resistência aos insetos, pragas, secas. "É necessária a introdução das sementes transgênicas no país, como apoio ao setor agrícola, pois contribui para segurança alimentar e protege a biodiversidade dos países em desenvolvimento", opinou.
Nesse mesmo raciocínio, Orlando Arévalo, do PCN, acrescentou que os solos na zona rural se encontram contaminados e esgotados em seus componentes minerais naturais, fazendo-se necessário o uso desse tipo de biotecnologia. 'Teremos melhores colheitas e a produtividade será mais alta, utilizamos a tecnologia de ponta, faríamos mal em proibir que os camponeses e também as utilizem, por isso apoiamos a peça', afirmou
A resposta do deputado Rodolfo Parker do PDC foi imediata, que falou da necessidade de partilhar o debate com especialistas e organizações de camponeses sobre a conveniência ou não do uso de transgênicos. 'Equivoquemo-nos fazendo algo, e não deixemos isso para depois, não deixemos que as pessoas no campo sejam passadas para trás', disse. A oposição a essa derrogação foi feita pelo partido FMLN. Lourdes Palacios rechaçou a iniciativa ao alegar que a soberania alimentar do país está em risco com esse tipo de reforma.
'Não podem votar por uma tecnologia que não conhecemos e não se pode controlar… Isso não oferecerá nenhuma mudança, nem solução para os problemas de alimentação', disse. Já o deputado Héctor Dada Hirezi, de Cambio Democrático, disse que a decisão de adotar os transgênicos não era a solução definitiva. 'Pedimos que se estude a lei na comissão, não estamos contra os transgênicos, mas não podemos deixar a porta aberta para todos esses produtos; o governo deve realizar um controle de qualidade e supervisionar esses efeitos', concluiu.
(Argenpress, Adital, 08/05/2008)