A empresa de engenharia francesa Alston, responsável pela construção das turbinas da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, do rio Madeira, em Rondônia, será investigada pela polícia suíça por um suposto pagamento de 6,8 milhões de dólares em propina para vencer licitações. Segundo reportagem do jornal The Wall Street Journal, a propina teria sido paga para obter um contrato de instalação de equipamentos na obra de expansão do Metrô de São Paulo em 1990.
A Alstom está sendo investigada ainda por irregularidades em projetos na América Latina e na Ásia entre 1995 e 2003 e tem histórico de pagamento de propina em licitação de hidrelétricas na Venezuela, Cingapura e Indonésia. No Brasil, está sendo investigada também pelo pagamento de propina para a obtenção de contratos para a construção a hidrelétrica de Itá, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De acordo com a reportagem, a empresa teria pagado 200 milhões de dólares para garantir o contrato, o que representaria 15% do valor total do contrato.
Autoridades da polícia suíça se reuniram com investigadores do Brasil na semana passada, onde fizeram um pedido formal de ajuda de autoridades brasileiras na investigação. 24 pessoas são suspeitas de intermediar ou receber os pagamentos, entre eles um brasileiro que teria negociado diretamente com a Alston oferecendo apoio político em troca de dinheiro.
Santo AntônioA Usina Hidrelétrica de Santo Antônio faz parte do chamado Complexo Hidrelétrico do Madeira, que pretende gerar cerca de seis mil megawatts, pouco mais da metade da potência da usina de Itaipu. A Alston está associada ao consórcio Furnas/Odebrecht, vencedor do leilão da usina, e deve fornecer as turbinas e geradores. A instalação das usinas no rio Madeira é alvo de críticas da sociedade civil e movimentos sociais, devido ao alto impacto que terá no meio ambiente, principalmente na floresta Amazônica e nas terras indígenas.
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Amazonia.org.br, 08/05/2008)