Luiz Carlos Maretto, sócio fundador da Associação Kanindé e membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), não pôde participar da III Conferência Nacional de Meio Ambiente, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) até dia 10. "Fiz minha inscrição, preenchi a ficha com meus dados encaminhei ao MMA e respondi ao ofício do Conama. Recebi duas ligações semana passada, de assessores do MMA, solicitando a minha confirmação, respondi que iria participar como conselheiro nato do Conama. Fiz tudo que me pediram", conta ele.
Maretto está em contato com os organizadores da conferência desde a última segunda-feira, 5 de maio, para informá-los de que ainda não recebeu a confirmação de sua passagem para Brasília, onde acontece o evento. "Eles vêm me informado que vai sair [a passagem] e que devo ficar preparado", revela. Ontem, cansado de esperar, Maretto telefonou novamente para os organizadores da conferência, solicitando explicações pela demora. "Uma das pessoas que me atendeu informou que não poderia fazer nada porque meu nome não estava na lista de delegados, não constava nenhum registro meu", diz ele.
O conselheiro explica a confusão armada: "Entrei em contato hoje com o Conama, tentei falar com dirigentes do conselho. Um deles me retornou dizendo que era para eu aguardar pois havia vários conselheiros na mesma situação que a minha. Vinte minutos depois uma assessora do MMA me ligou pedindo desculpa informando que foi uma falha do ministério, ressantalndo que se eu quisesse participar eu poderia - eles encaminhariam a passagem. Entretanto, deixou claro que eu só poderia participar com visitante e ainda teria que bancar minhas despesas com hotel e alimentação. Diante da resposta eu me recusei a participar."
Manobra políticaMaretto crê que o boicote que vem sofrendo se dá por conta do requerimento de informações sobre as Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira, ao qual ele deu entrada em Fortaleza, na última plenária do Conama, questionando falhas no processo de licenciamento. "Provavelmente eles não querem que este assunto venha à tona nesta conferência para não agravar ainda mais a situação e, caso isto realmente venha a se confirmar, não passará de mais uma manobra política do governo através do MMA, na tentativa de ocultar da sociedade civil os graves problemas que vêm acontecendo nesse processo desde o seu início", diz ele. Maretto entende que tal atitude reforçar ainda mais a aprovação do requerimento de informações que irá reapresentar na próxima plenária do Conama, prevista para junho, em Brasília.
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Amazonia.org.br, 08/05/2008)