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poluição na china
2008-05-08

Nesta quinta-feira (08/05) faltam exatamente três meses para os Jogos Olímpicos, uma extravagância multibilionária de atletismo, ostentação e arquitetura, cujo objetivo é colocar um ponto de exclamação nas duas décadas de crescimento econômico explosivo na China.

A China está investindo um recorde de US$ 37 bilhões em tudo o que está relacionado à preparação para os jogos, de novos estádios ao mais ambicioso transporte da tocha olímpica de toda a história. Polêmicas à parte, os preparativos estão acompanhando o calendário para os jogos, um espetáculo que ocorrerá de 8 a 24 de agosto. 

Os locais dos jogos
O regime autoritário da China está realizando as obras com pontualidade, e 37 estádios esportivos novos e reformados já estão prontos, o que proporciona a Pequim tempo para testá-los até agosto. As obras mais impressionantes são um novo estádio nacional de US$ 417 milhões, conhecido com "Ninho de Pássaro" por causa da estrutura de aço entrelaçado, e um centro aquático, conhecido como "Cubo D'água", coberto por bolhas de plástico de um azul transparente.

Mas a onda de construções não termina por aí. A cidade conta com centenas de novos arranha-céus - construídos desde que Pequim foi escolhida como sede dos jogos em 2001. A construção de alguns deles acabou com bairros tradicionais de casas baixas conhecidos como hutongs. O frenesi de construção foi compensado até certo ponto pelo Parque Florestal Olímpico, uma criação paisagística pontilhada de lagos e árvores que tem quase o dobro do tamanho do Central Park de Nova York.

Administrar o tráfego, quando 1,5 milhão de estrangeiros chegarem à China para as Olimpíadas, será mais difícil, e Pequim está trabalhando para concluir a construção de centenas de quilômetros de novas estradas e linhas de metrô. Em fevereiro, Pequim inaugurou um terminal aéreo de US$ 3,6 bilhões que quase dobrou o número de passageiros de aviões que a cidade é capaz de receber.

"Estamos muito confiantes de que o Comitê Olímpico de Pequim estará pronto e que ele está fazendo tudo o que é necessário para a execução de todo o trabalho logístico dos Jogos Olímpicos", afirma Lindsay DeWall, porta-voz da equipe olímpica dos Estados Unidos.

Poluição
Alguns atletas de categoria internacional já manifestaram preocupações em relação à notória poluição atmosférica de Pequim e aos efeitos nocivos que isto poderá ter sobre o desempenho esportivo deles. Um estudo recente realizado pelo Banco de Desenvolvimento da Ásia revelou que o ar de Pequim é cinco vezes mais poluído do que o de Nova York. O ozônio, que pode reduzir a absorção de oxigênio pelo sangue, também se tornou mais concentrado nos últimos anos.

As autoridades chinesas proibirão as construções, fecharão indústrias pesadas e restringirão a circulação de mais de um milhão de automóveis antes e durante os Jogos Olímpicos. Alguns membros da equipe nacional dos Estados Unidos treinarão em países que fazem fronteira com a China e chegarão pouco antes dos eventos a fim de limitar a exposição ao ar da cidade.

Haile Gebrselassie, da Etiópia, detentor do recorde mundial da maratona, anunciou em março que não correria na maratona olímpica porque a prova poderia prejudicar a sua saúde. Porém, as autoridades chinesas prometeram resolver o problema. "Temos certeza absoluta de que seremos capazes de manter os níveis de poluição dentro dos limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde", afirma Wang Hui, uma porta-voz do governo.

Segurança
A China está trabalhando em conjunto com agência policiais estrangeiras, incluindo o FBI, no sentido de reduzir a possibilidade de que haja um ataque terrorista durante os jogos. "Os terroristas muitas vezes gostam de atacar os maiores eventos mundiais, e por isso a segurança é uma parte importantíssima do nosso trabalho", afirma Wang.

A China também enrijeceu o controle de vistos para entrada no país, em meio a temores de que os jogos possam ser perturbados por ataques terroristas ou protestos políticos. No mês passado Pequim anunciou que havia desbaratado uma rede terrorista que planejava ataques suicidas durante as Olimpíadas.

Mas as autoridades chinesas forneceram poucas provas de que houvesse tal complô, e vários especialistas em direitos humanos temem que o governo possa ter exagerado as acusações como pretexto para reprimir grupos de protesto. Assim como muitos tibetanos, alguns uigurs, um grupo de etnia turca que vive no noroeste da China, estão furiosos com aquilo que vêem como colonialismo chinês.

O Departamento de Estado emitiu em março um comunicado referente a viagens para os norte-americanos, alertando que as Olimpíadas "podem transformar-se no foco de atos terroristas ou outras formas de violência". O alerta também lembrou aos viajantes que eles provavelmente estarão sob vigilância na China durante os jogos.

Política
Parece inevitável que, apesar das tentativas da China de abafar os problemas, a política competirá com os esportes pela conquista da atenção mundial durante os jogos. Para obter o direito de sediar as Olimpíadas, Pequim prometeu ao Comitê Olímpico Internacional que "estaria aberta em todos os aspectos para o resto do país e para o mundo inteiro".

Diversos grupos, desde a Anistia Internacional, a organização de direitos humanos com sede em Londres, até a Repórteres sem Fronteiras, solicitaram a Pequim que promovesse mudanças em suas políticas antes dos jogos. Mas é provável que a China controle com rigor a dissidência durante as Olimpíadas.

Muitos dissidentes chineses foram expulsos de Pequim ou detidos pela polícia nos últimos meses, e os jornalistas estrangeiros estão impedidos de fazer reportagens independentes nas comunidades tibetanas desde meados de março. Hu Jia, um proeminente ativista dos direitos humanos em Pequim, que criticou os líderes chineses, foi condenado em abril a três anos e meio de prisão, com base em acusações de que os seus ensaios ameaçavam o Estado e incitavam a subversão.

O Comitê Olímpico Internacional pediu a Pequim que fornecesse uma área para protestos políticos, e, de acordo com Giselle Davies, a porta-voz do comitê, as autoridades chinesas "estão cogitando bastante implementar esta idéia".

Enquanto alguns astros do esporte expressavam publicamente apoio aos separatistas tibetanos e mostravam-se chocados com a política da China para Darfur, o Comitê Olímpico Internacional emitia um documento lembrando aos atletas que estes devem se abster de fazer qualquer declaração de cunho político durante os jogos. As regras do comitê para os atletas preconizam: "Nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em qualquer área ou instalação olímpica".

(Por Craig Simons, Cox Newspapers, tradução UOL, 07/05/2008)


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