A luta pela preservação do meio ambiente defendida pelos capixabas vem apresentando resultados. Dos 11 subprojetos capixabas para minicorredores ecológicos propostos ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), no Projeto Corredores Ecológicos, cinco foram selecionados. A expectativa é de que os minicorredores estejam implantados em três meses.

A partir da publicação do edital, nesta terça-feira (06/05), os responsáveis pelos subprojetos, aprovados ou não, irão receber os ofícios com as condicionantes necessárias aos aprovados e a justificativa cabível para os projetos que não foram escolhidos pelo MMA.

A partir daí, os responsáveis pelos subprojetos aprovados terão um mês para elaborar um plano de trabalho e um cronograma de desembolso, assim como ajustar as propostas para o início dos trabalhos.

Estes minicorredores passarão a fazer parte das áreas prioritárias para o Corredor Central da Mata Atlântica, assim como os subprojetos que também serão implantados nos estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo 12 subprojetos foram escolhidos pelo MMA para fazerem parte do Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA).

Os subprojetos capixabas selecionados foram: da Fundação Bionativa, que propôs a restauração solidária de floresta atlântica no corredor prioritário de Sooretama-Goytacazes-Comboios; do Instituto de Pesquisa da Mata Atlântica, através do planejamento participativo de propriedades rurais e paisagens para restauração florestal e conservação da biodiversidade; Mosteiro Zen Morro da Vargem, com o planejamento e adequação ambiental da paisagem rural: elementos essenciais para implementação de corredores ecológicos e conservação da sociobiodiversidade; Prefeitura de Santa Maria de Jetibá, através do subprojeto "Rijk Wald- Mata Rica"; e a Sociedade Amigo da Reserva Biológica Augusto Ruschi, com o subprojeto "Unindo fragmentos florestais de megadiversidade: formação de microcorredores ecológicos na região-norte serrano".

Todas as propostas envolvem a conservação de áreas naturais no Estado, com atividades de geração de renda e uso sustentável das propriedades.

Outro requisito exigido pelo MMA é que os subprojetos deveriam atender às necessidades de envolvimento direto das comunidades propostas, a capacidade de disseminação dos resultados obtidos, a consistência técnica, a sustentabilidade das práticas propostas e o potencial destas em contribuir com a implementação e permanência de um minicorredor ecológico dentro do CCMA.

Cada projeto foi apresentado com um custo de no mínimo R$ 150 mil e no máximo R$ 500 mil, até dezembro do ano passado.

Ao todo, 22 projetos para o CCMA e 31 para o Corredor Central da Amazônia (CCA) foram analisados pela Câmara Técnica formada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Projeto Corredores Ecológicos (PCE) e Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), entre outras parcerias.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), os minicorredores têm o objetivo de construir ações para a conservação dos recursos naturais, a preservação e a recuperação ambiental, em conjunto com o CCMA.

Os corredores ecológicos podem ser compreendidos como áreas de grande extensão de ecossistemas continentais e marinhos, biologicamente prioritários e viáveis para conservação da biodiversidade, integrados por um conjunto de unidades de conservação, terras indígenas e áreas de interstício, cujo intuito é prevenir ou mitigar a fragmentação das florestas existentes, permitindo a manutenção ou recuperação da conectividade entre áreas protegidas, por meio de estratégias de fortalecimento e aumento do número de unidades de conservação, e pelo uso sustentável dos recursos naturais nas áreas intersticiais, possibilitando a conservação da sociobiodiversidade.

(Por Flávia Bernardes, Século Diário, 06/05/2008)