Após reunião em Caará, no início da tarde desta terça-feira (6), com prefeitos de municípios do Litoral Norte atingidos pelo ciclone extratropical que atingiu o Estado no último final de semana e de verificar os estragos causados, a governadora Yeda Crusius anunciou a criação de uma força-tarefa, cujo objetivo será providenciar soluções para evitar que novas cheias na região causem tantos estragos.
O grupo será constituído pelas secretarias de Obras Públicas, Irrigação e Usos Múltiplos da Água, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Relações Institucionais, pela Fepam e por representantes das prefeituras.
Yeda disse aos prefeitos que, além do envio de cestas básicas e máquinas para ajudar na recuperação de estradas, solicitará auxílio, ainda nesta terça-feira (6), ao governo federal, para cobrir os prejuízos causados pelas chuvas intensas e pelos fortes ventos que atingiram várias localidades do Rio Grande do Sul. A governadora também vai priorizar, na Consulta Popular, ações que auxiliem na recuperação dos municípios atingidos pelo ciclone.
A atuação da Defesa Civil foi destacada pelos prefeitos presentes à reunião. Desde o último sábado (3), as equipes trabalham na região para atenuar os efeitos causados. Preocupada com a situação dos municípios, a governadora também informou que o Comando do Exército na Região Sul auxiliará na reconstrução de estradas e pontes. "Não podemos medir esforços no sentido de auxiliar as populações que estão sofrendo com os efeitos do ciclone extratropical que castigou o Rio Grande do Sul", ressaltou.
Segundo Yeda, o governo continuará fazendo tudo o que for possível para minimizar o sofrimento das populações atingidas. “Através da força-tarefa, estudaremos os locais mais atingidos e verificaremos o que pode ser feito para a contenção das águas, especialmente dos rios do Sinos e Caará, que, como se percebe, têm sofrido mudanças nos últimos anos”, observou.
Yeda destacou a necessidade de o Rio Grande do Sul integrar o Programa de Irrigação do governo federal, para controlar as águas, o que deve ser feito com urgência e com a participação das prefeituras e de técnicos do meio ambiente, a exemplo do que já ocorre na bacia do rio Uruguai.
Para Yeda, será através dos estudos e das conseqüentes medidas que serão adotadas pela força-tarefa que serão evitadas tragédias como as que vem atingindo o Rio Grande do Sul com freqüência. “A atuação da Fepam, assim como dos demais órgãos que integrarão a força-tarefa serão fundamentais para que o trabalho tenha êxito”, declarou a governadora.
Prejuízos
Vários municípios foram atingidos pelo ciclone extra-tropical. Mas Caará foi um dos que mais sofreu prejuízos. As águas destruíram 14 das 15 pontes do município deixando várias comunidades ilhadas. Até o prédio da prefeitura foi atingido e vários documentos perdidos. Os prefeitos de Santo Antônio da Patrulha, Rolante, Itati, Cidreira, Riozinho, Maquiné e Três Forquilhas encontraram a governadora em Caará, onde fizeram um relato da situação de seus municípios. Após ouvir os prefeitos e conversar com integrantes da comunidade, a governadora visitou alguns dos locais que ficaram isolados em virtude da cheia.
Dentre os principais prejuízos está a perda completa de lavouras, problema que deverá ser resolvido com financiamentos do Caixa-RS para os agricultores que tiveram suas plantações destruídas. A prioridade na próxima Consulta Popular para obras que reduzam os estragos causados pelo ciclone foi apontada como uma das principais medidas para solucionar o problema.
O prefeito de Caará, Nei Pereira dos Santos, agradeceu o auxílio rápido dado pelo governo do Estado. A governadora foi a Caraá acompanhada pelo secretário de Obras Públicas, Coffy Rodrigues e pelo Chefe da Casa Militar, Edson Alves.
Taquara
A governadora também sobrevoou a cidade de Taquara, diante da informação de que as águas estão baixando e se deslocando para outros municípios. No município, cerca de 500 pessoas estavam desalojadas e 100 desabrigadas.
(Agência Estado RS, Litoral Norte, 06/05/2008)